Foto: Câmara Municipal.

A confusão de declarações sobre o contingenciamento de 30% no orçamento das universidades públicas repercutiu na Câmara Municipal de Fortaleza. O vereador Sargento Reginauro (Sem Partido), aliado do deputado federal Capitão Wagner (PROS), criticou, na tribuna da Casa, nesta quarta-feira (15) a desorganização entre as declarações da base do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que fez o aliado “passar por mentiroso”.

“O presidente da República reúne doze deputados, líderes de governo e de partido, liga para o ministro da Educação e anuncia que a ordem seria retirada. E, em seguida, a deputada federal da base do governo, Joice Hesselmann, vai a público e diz que o corte está mantido, fazendo os deputados passarem por mentirosos”, disse Reginauro, ressaltando a independência do aliado em relação ao governo federal.

Em reunião, na terça-feira (14), com líderes de sete partidos (Novo, PSL, Podemos, Cidadania, PV, PSD e Patriota) e outros deputados federais, Bolsonaro teria recuado do bloqueio. A decisão chegou a ser divulgada pelo líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, e pelo menos mais quatro lideranças partidárias que estiveram no encontro. No entanto, logo em seguida, o Ministério da Educação e a Casa Civil do Governo negaram o recuo.

Irritado com a confusão, o deputado Capitão Wagner usou a tribuna da Câmara Federal para afirmar que “se houve boato” sobre o recuo no bloqueio, “quem criou o boato foi o Governo, que voltou atrás e depois voltou atrás de novo, recuou duas vezes”.

Afastamento

Para Reginauro, situações desse tipo afastam a possibilidade de aliança entre PROS e aliados e o partido do presidente, o PSL, nas eleições municipais de 2020, pelo menos em Fortaleza. O vereador negou que Wagner esteja “arrependido de votar em Bolsonaro” e aproveitou a ocasião para elogiar a postura do aliado.