A judicialização da saúde foi o principal tema abordado pela deputada estadual Dra. Silvana (PR) durante sua oratória no primeiro expediente da última sessão ordinária da Assembleia Legislativa, na terça-feira passada (30). A parlamentar, que é médica, afirmou que um juiz não pode decidir sobre a fila de um hospital. Ela garantiu que o assunto será um dos temas da audiência da Comissão no próximo dia sete de maio, no Tribunal de Justiça do Ceará.

“A equipe médica tem que ter o poder para decidir sobre as prioridades nos leitos no Estado, que hoje não conseguem suprir as necessidades de toda a população”, acrescentou a parlamentar. Ela disse que hoje têm que passar na frente todos os judicializados, criando um dilema para o médico, o único saber da real necessidade do paciente. “Temos que evitar a judicialização, temos que investir na saúde, e temos que retornar para o médico o direito de decidir pela vida, pois ele sabe quais são os critérios”, citou.

Para a deputada, por conta da judicialização há situações em que o médico tem que retirar um paciente realmente dependente da UTI para colocar um outro, menos grave, por conta de uma decisão judicial, pois se não atender estará sujeito a ser preso, impondo ao profissional da medicina, quase sempre, um grande constrangimento de retirar da UTI um paciente com estado de saúde gravíssimo para colocar um outro em situação bem menos aguda.

O deputado Heitor Férrer (SD) acrescentou que, além da fila para atendimento dos pacientes, agora há a fila dos judicializados. Um drama para todos, inclusive para o médico”, disse. Já o deputado Osmar Baquit (PDT) afirmou que conversou com vários parlamentares sobre o tema, que lhe sugeriram uma CPI, pois “esse assunto atinge justamente os mais pobres”, ressaltou.

Os deputados Walter Cavalcante (MDB), Lucílvio Girão (PP), Delegado Cavalcante (PSL) e Agenor Neto (MDB) também deram apoio ao discurso da deputada. “Hoje, quem não for à Justiça irá morrer, e já têm 19 na sua frente”, finalizou Dra. Silvana.