Sede da Associação Brasileira de Imprensa. Foto: ABI.

A disputa pelo comando da Associação Brasileira de Imprensa chegou na Justiça. Depois de suspender a contagem de votos da eleição que aconteceu em 26 de abril, o desembargador Marcelo Lima Buhatem, da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu agora manter a atual diretoria da entidade.

Esse é mais um capítulo da disputa pela presidência da instituição, que hoje tem à frente o jornalista Domingos Meirelles, de 79 anos. Na decisão da última sexta-feira (24), o magistrado considera a alegação de Domingos de que a ABI está “acéfala” e mantém, por ora, a atual Diretoria e Conselhos Deliberativo e Fiscal. “Sem embargo de eventual composição entre os interessados, no sentido de encontrarem solução amigável para as questões trazidas ao judiciário, como remarcação de novo pleito etc”, diz.

Na oposição está a chapa “ABI – Luta pela Democracia”, liderada Paulo Jerônimo, o Pajê, de 81 anos, que considera que a decisão de Buhatem “criou a figura do interventor”.

“Com a ajuda do Poder Judiciário, Meirelles, torna-se o primeiro interventor/usurpador de uma associação que em seus 111 anos de existência defende a democracia e o Estado Democrático de Direito”, afirmou em nota.

Pleito de confusões
A disputa ao comando da ABI tem sido marcada por confusões desde o início da corrida eleitoral deste ano. Embora seja comum o atrito entre as chapas de situação e oposição, na ABI um dos imbróglios surgiu com o registro das chapas. O grupo de Meirelles quis usar o nome “Vladimir Herzog”, em homenagem ao jornalista morto na ditadura.

No pano de fundo da briga está o fato de que a família Herzog declarou apoio à chapa de oposição. A chapa de situação foi criticada por conselheiros do Instituto Vladimir Herzog por usar o nome do jornalista sem consultá-los. Em troca de e-mails, o Instituto afirmou que “nomear uma chapa à eleição de uma instituição é um uso inapropriado”.

Em nota, a chapa de Pajê afirma que está sendo travado um “vale tudo nos tribunais”: “Desde mover ação em nome de uma pessoa que morreu no ano passado até fazerem um desembargador de 2ª instância tomar decisões em um processo, que ainda aguarda decisões de primeiro grau”.

Havia ainda uma terceira chapa, que não preencheu os requisitos para concorrer depois que onze integrantes anunciaram renúncia. A chapa “Barbosa Lima Sobrinho” trazia Ivan Cavalcanti Proença como candidato à presidência.

Do site Conjur