Debate iniciou-se após críticas de Soldado Noélio do Governo do Estado. Foto: ALECE

Após críticas do oposicionista Soldado Noélio (PROS), vários deputados estaduais enfileiraram-se para defender o Governo do Estado no Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quarta-feira (29). Primeiro orador do pela ordem, Noélio voltou a tratar dos anúncios de arrocho fiscal feitos no encontro entre o governador Camilo Santana e deputados da base aliada, na última segunda-feira (27). Em seguida, nada menos do que 12 deputados sequenciaram-se discursando em defesa do governo.

Para Noélio, os servidores estaduais seguem desvalorizados pelo governo estadual que, segundo ele, gasta mal seu dinheiro. O parlamentar citou gastos milionários em obras não concluídas e/ou paradas no Ceará. O parlamentar cobrou novamente um maior reajuste salarial para a classe.

Na sequência, os deputados Evandro Leitão (PDT), Romeu Aldigueri (PDT), Nezinho Farias (PDT), Marcos Sobreira (PDT), Salmito Filho (PDT), Guilherme Landim (PDT), Audic Mota (PSB), Walter Cavalcante (MDB), Elmano de Freitas (PT), Jeová Mota (PDT), Danniel Oliveira (MDB) e Antônio Granja (PDT) foram um a um ao púlpito da Casa, utilizando-se de seu tempo regimentar para defender as decisões do governador Camilo Santana. Todos destacaram a boa situação fiscal do Estado, além de o fato que o Ceará é recordista em investimento no País. O arrocho, para eles, dar-se por uma questão de responsabilidade e cautela de Camilo Santana, diante da queda de arrecadação do Estado.

O deputado André Fernandes (PSL) foi a voz dissonante e parabenizou Soldado Noélio pelo discurso, partindo em defesa do governo Bolsonaro. Ele lembrou que o Ceará foi o Estado nordestino que mais arrecadou com impostos, sendo também quem mais gastou. “Quem vai pagar essa conta? Será que o certo é cortar gastos com servidores, sem diminuir com tantos terceirizados?”, questionou.

Defesa de Camilo, apelo a Bolsonaro

Dentre os discursos, destaca-se o do deputado estadual Leonardo Araújo (MDB). Apesar de aliado a Camilo Santana no Ceará, Araújo é apoiador do governo Bolsonaro. Em sua fala, além da defesa da gestão fiscal do governo Camilo, ele lembrou que votara em Bolsonaro nos dois turnos das últimas Eleições, mas não deixou de criticar o Governo Federal. “O presidente Bolsonaro está, até o momento, boicotando o Estado do Ceará. Foram os piores últimos quatro meses em relação a envio de verbas para o Ceará do Governo Federal”, atacou o parlamentar. Ele fez uma convocação aos deputados que, como ele, apoiaram Bolsonaro, a irem até Brasília pedir que Bolsonaro veja o Ceará como um ente federativo de extrema relevância para o País e, acima de tudo, que não veja o Estado como uma divisão política partidária. A fala final de Leonardo Araújo foi reiterada pelos deputados Audic Mota e Walter Cavalcante, na sequência.

Salmito elogiou o que chamou de bom debate na Assembleia. Foto: ALECE

Os deputados Walter Cavalcante, Elmano de Freitas e Jeová Mota pediram que os deputados da base do Governo Federal encaminhem ao presidente um pedido para que olhe pelo Estado. Elmano lembrou que a União liberou quantias bilionárias para estados como RJ e MG, ‘estados ricos que não souberam administrar suas finanças’, enquanto o Ceará, ‘estado pobre que economiza para manter suas contas em dia, não recebe nada’.

Debate seguiu pela tarde

O debate entre oposição e situação estadual seguiu pela tarde. Nos 10 minutos regimentais cedidos às lideranças partidárias, voltaram ao púlpito do Plenário os deputados Soldado Noélio, Salmito, André Fernandes e Elmano de Freitas, dentre outros que acrescentaram com apartes. Salmito utilizou-se ainda de alguns minutos do seu tempo nas explicações pessoais.  Antes, porém, logo no primeiro expediente da sessão, o deputado Salmito provocou os aliados do presidente Bolsonaro ao destacar o contingenciamento de recursos para obras importantes no Ceará, como Cinturão das  Águas, enquanto outros estados, citando nominalmente São Paulo, cuja realidade fiscal é muito diferente da cearense, esta equilibrada por força da ação dos seus últimos governantes é beneficiado pelo Governo Federal. A sessão foi encerrada após as 14 horas desta quarta-feira.