O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, afirmou que não se pode deixar o medo e o ódio tomarem conta da sociedade, pois esses são os primeiros passos para a ascensão do fascismo. Foto: STF.

Membros da comunidade jurídica se reuniram na noite da última sexta-feira (03) em um jantar em homenagem ao Supremo Tribunal Federal, em São Paulo, organizado por lideranças da advocacia. A ideia do evento foi demonstrar apoio aos ministros do tribunal, que vêm sendo atacados por meio de disseminação de notícias fraudulentas.

Ao falar sobre os ataques sofridos pelo Supremo por meio de mentiras na internet, o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, afirmou que não se pode deixar o medo e o ódio tomarem conta da sociedade, pois esses são os primeiros passos para a ascensão do fascismo. “O medo escraviza”, disse. “Às vezes, é preciso proteger as instituições delas mesmas”, acrescentou.

Toffoli também foi claro e direto ao dar um recado aos procuradores da “lava jato” que tentaram criar um fundo com dinheiro da Petrobras: “Não se pode criar recursos para si próprio nem se apropriar de algo que é da União. Isto tem até nome no Código Penal, mas não vou dizer o tipo”.

Além de Toffoli, estiveram presentes o ministro Gilmar Mendes; o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz; o presidente da Associação dos Juízes Federais, Fernando Mendes; o corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins; o ministro Luis Felipe Salomão; notáveis do Direito, como Ives Gandra Martins, Misabel Derzi, Tércio Sampaio Ferraz; e cerca de 200 advogados, juízes, desembargadores, empresários, jornalistas e representantes da sociedade, como o médico Raul Cutait.

Defesa do Supremo 
Mestre de cerimônias do evento, o jurista Lenio Streck fez enfática defesa do STF. Ressaltou diversas críticas que ele e outros tem à corte (questão da presunção de inocência, presos provisórios, restrição do Habeas Corpus, juízos morais com base na voz das ruas), mas que a corte exerce papel fundamental e deve ser protegida.

“Acima das nossas críticas ao Supremo está nosso brio de juristas democráticos. Não passamos 20 anos construindo a democracia para nos entregar para grupos e grupelhos, institucionalizados ou não, que querem fragilizar e quiçá aniquilar a Suprema Corte e a democracia. Respondemos os detratores da Suprema Corte que os primeiros que tentarem atentar contra a corte enfrentarão nosso brio. Usaremos as canetas como armas para escrever novos, novos e novos manifestos em defesa do Supremo. Vida longa ao Supremo”, disse Lenio.

Com informações do site Conjur.