Prefeito Ilário Marques. Foto: Prefeitura de Fortaleza.

O novo escândalo na administração municipal de Quixadá, envolvendo o prefeito Ilário Marques, o vice-prefeito, João Paulo de Menezes Furtado,  o presidente da Câmara Municipal, vereador, Francisco Ivan Benício De Sá, e outros, inclusive Milton Xavier Dias Neto, além de abominável e exigir reação enérgica e urgente das autoridades, reforça as denúncias contra a má administração de Consórcios de Saúde no Interior cearense, 21 no total, lamentavelmente explorados por políticos inescrupulosos.

O genro do prefeito Ilário Marques, Milton Xavier Dias Neto, preso temporariamente na última quinta-feira, por supostos desvios de recursos da Prefeitura de Quixadá, é o Diretor Executivo do Consórcio de Saúde liderado pelo Município de Quixadá. Ilário e atual vice-presidente do Consórcio, após um período como presidente. O seu genro, na administração dos recursos públicos dos municípios que integram o Consórcio pode até ter uma conduta diferente daquela que o fez ser preso por suspeita de desvio de recursos da Prefeitura de Quixadá, mas ele não deveria estar no cargo subordinado ao sogro, até pelo fato de o nepotismo ser uma agressão à sociedade.

Mas na verdade, agora, depois dos embates entre deputados estaduais e federais, aliados de prefeitos de algumas regiões, vieram à tona as ações criminosas de alguns administradores desses consórcios, responsáveis pelo funcionamento das Policlínicas e Centros Odontológicos construídos pelo Estado em vários pontos do Ceará. É um montante expressivo de recursos dos municípios consorciados e do Governo do Estado, gerido pelos controladores locais, até aqui totalmente livres das amarrações da legislação comum à gestão municipal, portanto, podendo discricionariamente serem gastos de acordo com a conveniência política deles, mesmo com enormes prejuízos para a população.

Um Decreto governamental, recentemente editado, deverá conter algumas irresponsabilidades, a partir da contratação de pessoal, talvez evitando situações como a do Consórcio de Quixadá, com sogro e genro dominando a situação.  A reação de um grupo de prefeitos, tornada público nesta sexta-feira (26), contra as normas estabelecidas pelo Decreto citado, dá bem uma mostra de como a coisa funcionava. A alegação de gestores municipais de que as novas regras foram determinadas abruptamente é cavilosa.

A saúde realmente exige muito recurso. Mas no Brasil, como mostra o noticiário, com uma certa frequência, há desperdício, desvios e politicagem em demasia. O dinheiro desses consórcios no Interior cearense, se bem aplicados, atenderia melhor e dignamente a toda população carente nos equipamentos públicos espalhados pelos vários municípios.

Acompanhe comentário do jornalista Edison Silva.