A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) concederá o título de Cidadã de Fortaleza à primeira-dama Michelle Bolsonaro. A iniciativa foi aprovada nesta terça-feira (16), através do projeto de Decreto Legislativo nº 4/201, de autoria da vereadora Priscila Costa (PRTB), subscrito por outros 27 parlamentares.

A bancada do PT ficou isolada na oposição à matéria. O vereador Guilherme Sampaio (PT), primeiro a usar a tribuna, alegou ser muito cedo para conceder o título à esposa do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Além disso, considerando a contribuição de Michelle como intérprete de libras, o petista alegou que há outros intérpretes em Fortaleza que poderiam receber a homenagem e, por fim, Guilherme ressaltou a redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que beneficia pessoas com deficiência, de um salário mínimo para R$ 400, que consta na proposta de reforma da Previdência do presidente.

Em seguida, os vereadores Dr. Eron (PP), Jorge Pinheiro (DC), Idalmir Feitosa (PR), Sargento Reginauro (Sem Partido), Benigno Júnior (PSD), Márcio Martins (PROS), Ronivaldo Maia (PT), Odécio Carneiro (SC) e Priscila Costa defenderam o projeto e, alguns, chegaram a criticar a postura de Guilherme, acusado de ter sido motivado apenas “pelo sobrenome” de Michelle.

“Eu fiquei emocionado com a postura, com a fala, com uma mulher cristã que representou uma luta história naquele dia”, afirmou Dr. Eron, sobre o discurso de Michele Bolsonaro em libras na posse do presidente. Os vereadores Márcio Martins e Odécio Carneiro criticaram o debate sobre a concessão de título e lembraram que a Casa já concedeu a honraria a “pessoas que hoje estão presas” e citou o ex-presidente da Confederação Nacional de Futebol (CBF) José Maria Marín.

A vereadora Priscila Costa foi a última a se pronunciar sobre a matéria e agradeceu aos vereadores que valorizam a iniciativa, incluindo Jorge Pinheiro, relator da matéria. “Como mulher, eu fico muito feliz de reconhecer outras mulheres brasileiras, em especial a primeira-dama, que também se dedica a outras causas sociais, principalmente à luta da sociedade surda e muda”, afirmou Priscila.

Votação

A matéria foi aprovada por 23 votos favoráveis, 3 contrários – Guilherme, Ronivaldo e Larissa Gaspar (PPL) – e quatro abstenções – Ésio Feitosa (PPL), Iraguassú Filho (PDT), Professor Eloi (Patri) e Didi Mangueira (PDT).