30ª Legislatura completa um mês de atividade. Foto: Blog do Edison Silva

Os novos deputados estaduais cearenses, empossados no dia primeiro de fevereiro passado, ainda não emprestaram ao plenário da Assembleia Legislativa a importância que ele tem no cenário político-administrativo do Estado. Está faltando a discussão de temas caros ao Ceará e ao Brasil, embora, da posse dos atuais legisladores até aqui possam ser destacadas manifestações como as dos deputados Salmito, Guilherme Landim e Marcus Sobreira, na abordagem de temas mais significativos.

A maioria dos novos parlamentares parece ter medo do plenário. As sessões plenárias do Legislativo estadual, lamentavelmente, continuam esvaziadas, como se os iniciantes na Assembleia já tivessem assimilados os vícios de alguns veteranos, dentre os quais os de serem desrespeitosos com os colegas que se dispõem a utilizar a tribuna. Quase sempre, no curso das sessões, tem um orador falando para um plenário, parcial, ou totalmente vazio, enquanto o Painel Eletrônico registra a presença de quase toda a composição da Casa.

O quadro atual, embora incipiente, não aponta para uma Legislatura profícua. O primeiro mês da nova composição plenária da Assembleia deveria ter sido mais dinâmico, até pelo entusiasmo natural que motiva os iniciantes. Não convence o argumento de estarem adaptando-se ao novo mister, posto passarem a ideia de apáticos. Além do tempo transcorrido entre a eleição deles, em outubro do ano passado, e a posse em fevereiro pretérito, transcorreram-se quatro meses, sem se falar na estrutura montada pela Assembleia para instruí-los sobre o bom exercício do mandato e das benesses que lhes são oferecidas.

Os deputados estaduais, querendo, podem prestar bons serviços ao Estado. Falar em limitação para legislar, face as amarras da Constituição Federal, não é alegação séria para o parlamentar deixar de questionar, opinar, fiscalizar ou praticar todos as demais ações do seu ofício. É importante fazer leis. Não essas de dar nomes a “areninhas” , ou aquelas que nenhum efeito prático gera para o bem-estar social. Infelizmente o legislador brasileiro ainda não  está preparado para produzir normas que dependam do erário, daí a limitação que se faz providencial.

Mas nós estamos apenas no primeiro dos quarenta e oito meses do mandato dos atuais deputados. Tenhamos esperanças alvissareiras. Cobrar de todos eles os compromissos de campanha é deveras importante. Não esperemos para reprovar os desidiosos apenas nas próximas  eleições. Elas ainda vai demorar muito, mas eles já precisam sentir que estão deixando a desejar, na medida que forem questionados a dar as respostas que a sociedade reclama.