Deputado Domingos Neto coordena Bancada Federal. Foto: Assessoria de Imprensa do deputado Domingos Neto.

O deputado federal Domingos Neto (PSD) criticou, nesta segunda-feira (11), a proposta de Reforma da Previdência enviada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso Nacional. Segundo o parlamentar, a medida atinge, prioritariamente, os mais pobres e, além disso, o Governo Federal não tem mantido diálogo com os parlamentares, prejudicando a formação de uma base de apoio à matéria.

“A Reforma da Previdência não vai passar enquanto a prioridade de cortes seja no pobre, e enquanto o governo não tiver uma relação mais próxima com o Congresso. Por motivos óbvios. Não é toma la da cá, não é exigência de cargos, não é nada disso. Apenas não pode o Congresso ficar sempre só com o ônus”, afirmou Domingos, na sede da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), onde foi realizado um encontro entre a bancada federal e os prefeitos cearenses.

Pelos cálculos do parlamentar, pelo menos 150 deputados são contrários à reforma e, considerando que 13 deles estejam ausentes no dia da votação, sobrariam apenas 350 votos para alcançar o mínimo de 308 para aprovar a proposta de emenda à Constituição. “É uma margem muito apertada”, explica o coordenador da bancada federal cearense.

Garoto propaganda da reforma

Domingos Neto afirmou ainda que os líderes partidários da Câmara pediram, em reunião com Jair Bolsonaro, que o presidente use suas redes sociais para defender a reforma, atuando como uma espécie de “garoto propaganda” da iniciativa. O presidente teria sido confrontado por defender, nas redes, temas secundários, como o projeto Escola Sem Partido, e não abordar a reforma da Previdência, “tema central do ponto de vista fiscal”.

Emenda da equidade

O deputado Domingos Neto ainda voltou a defender sua emenda, que ainda será apresentada, que vincula a idade mínima de aposentadoria à expectativa de vida das regiões do País. “Se eu tenho um cidadão que tem uma expectativa de vida maior do que a de outro, é evidente que se eu transformo a idade mínima em uma só, eu estou sendo injusto com o mais carente. O trabalhador rural no Maranhão, por exemplo, a expectativa de vida dele é 66 anos. Se você botar 65 anos [como idade mínima], ele vai literalmente trabalhar até morrer”. Para o parlamentar, a proposta, caso atendida, traria efeitos “mínimos” ao corte de gastos que está sendo estipulado com a reforma.