Plenário parcialmente vazio. Foto: Blog do Edison Silva

Na última quinta-feira (28), o deputado José Sarto, presidente da Assembleia Legislativa cearense, abriu a sessão ordinária com apenas três deputados em plenário: Ele, a deputada Patrícia Aguiar e o deputado Romeu Aldigueri. O painel eletrônico, contudo, registrava a presença de um total de 19 deputados. Mais tarde, perto do horário de votações, por conta da mobilização da liderança do Governo, parte da base governista atendeu o chamamento e o plenário deixou de estar vazio. Tem sido sempre assim. Um bom número de deputados em plenário, só quando tem votação de matérias do interesse do Governo.

Quem acompanha o dia a dia da Assembleia não tem mais como ficar surpreso com o plenário parcialmente esvaziado no curso das sessões ordinárias. O inusitado, porém, é que estamos apenas há dois meses da posse dos atuais deputados e, quase 40% deles estão no primeiro mandato, quando, normalmente, deveriam estar empolgados com o exercício parlamentar, participando ou sendo protagonistas de debates sobre as questões estaduais, ou as das esferas municipais e nacionais.

Em mais de uma oportunidade as sessões da Assembleia foram encerradas antes do horário normal, definido pelo Regimento Interno, por falta de oradores no grande expediente, momento em que cada um dos parlamentares inscritos tem 15 minutos para falar. São raros os deputados de primeiro mandato que ficam no plenário até o fim da sessão, incluindo os mais assíduos  como Acrisio Sena, Fernando Santana (este praticamente abre todas as sessões), Guilherme Landim, Marcos Sobreira, Queiroz Filho, Romeu Aldigueri, Salmito e Soldado Noélio. Os deputados são bem pagos para participarem das sessões plenárias e das comissões técnicas, os dois espaços nobres do Legislativo.

O Ceará precisa ser mais discutido na nossa principal Casa legislativa. Não é só aquela discussão de Oposição e Governo, compreensível, desde que se faça com a seriedade reclamada pelo tema abordado. Afinal, o Parlamento comporta esse momento. Os deputados precisam ser proativos, e mais, realmente ativos.  Precisam ter boas ideias ou buscá-las na própria estrutura da Casa, como na Universidade do Parlamento ou no Inesp, ou nas Universidades públicas ou privadas de excelências, como são as existentes no nosso Estado. Um legislador vazio e omisso é carga pesada para toda a sociedade.

Até agora, com honrosas exceções, os deputados de primeiro mandato não oxigenaram o Legislativo cearense como era esperado. Alguns deles estão com os vícios dos antigos, que pouco contribuíram, com seus mandatos, para fazer um Ceará melhor. Justiça porém seja feita, eles não conseguiram impedir que os governadores, das últimas três décadas,  mudassem a realidade do Estado, hoje destacada no cenário da administração pública nacional, apesar de estarmos longe de resolvermos problemas ainda deveras angustiantes para uma significativa parcela da população. A subserviência aos governantes, apequena o Parlamento, mas não impedem o Executivo de realizar.

Os novos deputados mais assíduos, aqui citados, deram, neste curto espaço de tempo, uma bos contribuição com seus pronunciamentos.