Senadores brasileiros produziram, nos dois últimos dias, cenas deprimentes, vergonhosas, pequenas para qualquer Parlamento, confirmadoras, lamentavelmente, da degradação da representação política nacional, pois produzidas por pessoas que no passado eram conhecidas como os “pais da Pátria”.  E não se diga que as descomposturas  registradas na sexta-feira são frutos do “calor da disputa”.

Se 81 senadores, homens e mulheres representando igualmente os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, são incapazes de, civilizadamente, escolherem o presidente da Casa que os abriga, o que deles podemos esperar quanto às competências de legislar, se necessariamente para bem representar o povo brasileiro o senador precisa ter competência, equilíbrio e respeito às leis?

Quando mais fala o brasileiro em renovação, o Senado, expressivamente renovado, dá o péssimo exemplo que deu só para eleger o seu presidente. É uma Legislatura que começa de forma muito negativa, exatamente no momento que o Brasil precisa de fazer profundas mudanças para minorar o sofrimento do seu povo, já praticamente sem esperança de melhores dias.

Esses senadores, a julgar pelos espetáculos das últimas 48 horas, não demonstram ter equilíbrio, sabedoria, competência e o devido espírito público para colocarem os problemas nacionais acima dos seus interesses pessoais e partidários. Os senadores produtores de toda a balburdia nos dois dias de sessões preparatórias no Senado, e os que a aceitaram, em nada contribuíram para o fortalecimento da nossa Democracia.

O Senado está mais pobre. Ainda bem que a Instituição Congresso Nacional é muito maior que os senadores e deputados federais que os integra, apesar de tudo que fazem de agressão à Democracia conquistada com muito esforço por políticos bem diferentes desses que produziram os fatos repugnantes das últimas horas.