Governador  de Roraima,  Antônio Denarium. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil.

O governador de Roraima, Antônio Denarium, anunciou hoje (24) que decretará estado de calamidade na saúde pública do estado. Segundo Denarium, a decisão foi tomada após o agravamento dos conflitos na Venezuela, que resultou no aumento do número de feridos que são removidos para hospitais do estado.

“Nós já estávamos com a situação crítica na saúde aqui no estado de Roraima e, com a onda de violência na Venezuela, essa crise se agravou mais ainda”, afirmou em coletiva de imprensa. O decreto já foi assinado e deverá ser publicado na edição desta segunda-feira (25) do Diário Oficial do estado.

“Nós vamos decretar estado de calamidade pública na saúde de Roraima para que a gente possa ter a possibilidade de fazer compras emergenciais de medicamentos e material médico-hospitalar”, acrescentou Denarium.

Somente nas últimas 36 horas, 18 feridos deram entrada no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, com ferimentos por arma de fogo. Desse total, 13 tiveram que passar por cirurgia e estão internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).

O governo do estado também analisa a possibilidade de contratar leitos hospitalares privados, caso aumente a demanda por internação. Segundo o governador, no HGE, principal hospital do estado, já não há mais disponibilidade de UTI nem de leitos.

Remoção

O governador informou também que o Exército disponibilizou sete ambulâncias para fazer a remoção de pacientes de Pacaraima, cidade que fica na fronteira com a Venezuela, para a capital do estado, Boa Vista. Equipes médicas também foram reforçadas no Hospital de Pacaraima, que não tem estrutura para atendimentos de alta complexidade. Plantonistas estão de prontidão em Boa Vista caso a demanda na saúde aumente ainda mais nos próximos dias.

O vice-governador de Roraima, Frutuoso Lins, que é médico, informou que os feridos que têm chegado ao HGR são, na sua maioria, vítimas graves de tiros de fuzil, que exige um tratamento mais intenso do que feridos por armas de fogo simples. “É uma novidade para gente tratar ferida de arma de fogo por fuzil, que é muito diferente de tratar ferida por arma comum, como [revólver] 38 ou 380. É um ferimento muito mais grave e denota um uso do sistema de saúde muito mais intenso”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil