Neste Blog, na última sexta-feira, publicamos uma matéria sobre o esvaziamento do plenário da Assembleia Legislativa cearense, na primeira sexta-feira (08) da nova Legislatura, quando o deputado Salmito Filho (PDT) fazia o seu primeiro pronunciamento. Embora no Painel constasse a presença de 33 deputados na sessão daquele dia, no plenário só estavam quatro parlamentares além do orador.

Na coluna política da edição de hoje do Estadão, é destaque o esvaziamento do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, na mesma sexta-feira, 8 de fevereiro. A única diferença da Assembleia de São Paulo em relação à do Ceará, é que lá os deputados ainda são os que foram eleitos em 2014, pois a posse dos novos, eleitos em 2018, só acontece em março.

Leia o registro da coluna Política do Estadão:

O painel da Assembleia Legislativa de SP registrava a presença de 93 dos 94 deputados na sexta-feira. No plenário, porém, havia apenas 5 deles. Essa prática foi utilizada ao longo da semana: deputados marcam presença e vão embora. O regimento vincula a participação nas sessões aos salários (R$ 25 mil). Para a Casa, a atuação do deputado não se limita à sessão.

Entre 14h30 e 15h35 da sexta-feira passada, enquanto durou a sessão ordinária da Assembleia-SP, o painel eletrônico registrou a presença de 93 dos 94 deputados, quando apenas 5 deles estiveram em carne e ossos no plenário. Ausentes alegaram “compromissos externos” na tentativa de justificar a imoralidade, pois o regimento vincula a participação nas sessões à remuneração do deputado. O grave é que o drible nas regras não aconteceu apenas anteontem. Semana passada, só na quarta-feira, com a visita do governador João Doria, a Casa lotou.

» In loco. A Coluna acompanhou esta semana de trabalhos na Assembleia. Segundo o regimento interno, quem falta deve ter o salário descontado. Por isso, deputados batem ponto antes de caírem nas ruas e rodovias. Os deputados eleitos no ano passado só assumem no dia 15 de março.

» Clube dos 5. Anteontem, apenas Telhada (PP), Leci Brandão (PCdoB), Bruno Caetano (PSDB), Julio Cesar (PR) e Giannazi (PSOL) participaram da sessão.

» Fui. Em 18 gabinetes dos ausentes, a Coluna ouviu: “O deputado passou aqui, teve compromisso fora e não vem mais”; “está no interior”; “só volta na terça-feira”. O salário mensal deles é de R$ 25,3 mil.

» Paletó na cadeira. Itamar Borges (MDB), Gileno Gomes (PROS) e André do Prado (PR), por exemplo, segundo seus gabinetes, “cumpriam agenda externa”. Maior bancada, o PSDB (18 deputados) tinha só Caetano anteontem. Segunda maior (13), o PT não tinha ninguém no plenário.

» Cadê?. “Conseguimos o quórum de 12 (como diz o regimento) para abrir os trabalhos”, disse Telhada, que presidiu a sessão na ausência de Cauê Macris (PSDB), o presidente. Porém, só 5 estiveram no plenário.

» Com a palavra. A assessoria da Assembleia nega que haja imoralidade. Diz que a sessão não foi deliberativa e que ao longo da semana os parlamentares aprovaram projetos importantes. “O trabalho não está restrito ao uso da tribuna.”

Foto: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.