Governador Camilo Santana (ao lado da vice-governadora Izolda Cela) ainda não fechou a formação de sua equipe. Resta escolher os nomes dos cargos auxiliares. Foto: Governo do Estado/Divulgação.

Vencida a etapa da escolha do secretariado, o governador Camilo Santana cuidará de completar a formação da sua equipe. No primeiro escalão, estão pouquíssimos filiados a partidos da coligação que ajudou a eleger o chefe do Executivo estadual. O processo de nomeação dos demais auxiliares sofreu um certo atraso em razão dos graves incidentes registrados nos últimos dias, na área da Segurança, reclamando toda atenção do governador, que, embora totalmente debruçado sobre a questão, não sabe quando dela ficará desvencilhado, pois assim como foi surpreendido com a sua irrupção, nada garante que as medidas adotadas, emergencialmente, debele no todo essa ação criminosa.

As indicações dos futuros auxiliares, como as do secretariado, também deixarão um extenso rastro de frustrações. São quase mil cargos comissionados a menos na estrutura do Governo, com o corte feito na estrutura do Poder Executivo, menos políticos poderão fazer indicações de seus afilhados. Por certo, a maioria dos apoiadores do governador não esperavam por tão brusca, porém necessária, redução de cargos. Em alguns casos, além de não poderem indicar mais apaniguados, eles perderão alguns que acumulam ao longo dos tempos.

Dos maiores partidos da aliança feita por Camilo Santana, para a eleição do ano passado, o PT, indiscutivelmente, foi o que saiu menor na escolha do secretariado. Os petistas não aceitam o argumento de que eles têm o principal cargo do Governo, o governador. Eles queriam ter um bom número de secretarias, e secretarias importantes. Dentre eles, há quem conte apenas com duas secretarias – a de Desenvolvimento Agrário, com De Assis Diniz, e Meio Ambiente, com Artur Bruno. A secretaria de Cultura, ocupada por Fabiano Piúba, não estaria na contabilidade. A maioria dos petistas está apostando em mais posições.

Também saiu frustrado o MDB. A derrota do senador Eunício Oliveira, na disputa pela reeleição, aumentou a expectativa dos seus correligionários quanto à participação em posições de destaque na administração estadual. Saiu com duas secretarias – de Esporte e Juventude, com Rogério Pinheiro, e Controladoria e Ouvidoria Geral, para Aloísio Carvalho. Ambas com certa visibilidade, mas muito pouca importância política. Filiados ao MDB esperavam ter a secretaria das Cidades, para o deputado Daniel Oliveira. Além do valor político, com Daniel no seu comando o partido ainda beneficiaria um suplente.

O PDT foi o mais aquinhoado na composição do secretariado do governador Camilo Santana. O partido comanda, diretamente por seus filiados, 4 grandes e importantes secretarias, além de duas outras por pessoas sem filiações partidárias, mas ligadas a Cid e Ciro Gomes. São secretarias administradas por pedetistas: a do Planejamento, do Turismo, da Infraestrutura e a das Cidades, com respectivamente, Mauro Filho, Arialdo Pinho, Lúcio Gomes e Zezinho Albuquerque. Além desses, podem ser apontados como ligados às lideranças do PDT cearense, Socorro França (secretaria de Proteção Social, Justiça,Mulheres e Direitos Humanos) e Francisco Teixeira (secretaria de Recursos Hídricos). Este foi secretário do Ministério da Integração Nacional, levado por Ciro Gomes, e posteriormente trazido para essa mesma secretaria no Ceará, no Governo Cid Gomes, onde permanece até hoje.