Carlos Matos deixa a Assembleia Legislativa e se coloca como postulante ao cargo de prefeito de Fortaleza. Foto: Assembleia Legislativa.

Mesmo admitindo ser candidato do PSDB à Prefeitura de Fortaleza (a eleição só acontecerá em 2020), o deputado estadual tucano, Carlos Matos, diz que o “PSDB morreu“. Ele, um dos mais antigos filiados ao partido, não conseguiu renovar o seu mandato, no pleito de 2018, assim como um outro velho aliado, o deputado federal Raimundo Gomes de Matos. O PSDB cearense saiu das urnas elegendo o deputado federal Roberto Pessoa, sua filha, Fernanda Pessoa, e Nelinho (Rondinelle Pereira de Freitas), ambos para a Assembleia Legislativa. Eles só estão no partido pelas conveniências da eleição do ano passado.

A afirmação do deputado Matos foi feita ao programa de rádio “Alerta Geral“, comandado pelos jornalistas Luzenor Oliveira e Beto Almeida, nesta sexta-feira, 18. É tão corajosa, quanto verdadeira. O PSDB não dá sinais de ressuscitação, a curto prazo, no Estado do Ceará. O partido ainda existe no cenário local pela força política pessoal do senador Tasso Jeressati. Nenhum dos candidatos majoritários da agremiação, nos últimos anos, tanto na disputa pelo Governo do Estado, quanto na eleição de prefeito da Capital, empolgou.

Até a próxima eleição municipal, pelas condições de hoje, o partido não terá amealhado forças para ter um nome competitivo na disputa pela sucessão do prefeito Roberto Cláudio. Assim, Carlos Matos, com muito menos expressão eleitoral que tinha Marcos Cals (PSDB), à época da disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em 2012, cuja votação foi considerada pífia, 30.457 sufrágios, ficando na sexta colocação, muito aquém da votação do candidato do PSOL, o hoje deputado estadual Renato Roseno. Matos, candidato a prefeito, no quadro atual, tendo a ficar em igual situação decepcionante.

Na entrevista citada, o deputado Carlos Matos apontou a omissão da direção nacional do PSDB no caso do ainda senador Aécio Neves, até bem pouco um expoente da agremiação, flagrado em graves peraltice do mundo da corrupção. Muitos defendiam, e ainda defendem, que Aécio seja expulso. Correto. Mas o Aécio, embora seja um dos políticos mais execrados do País, não é o principal problema do PSDB. O partido precisa ter posição. Ser incisivo na defesa de suas propostas. Formar quadros, não e somente para ganhar uma eleição, mas participar das decisões nacionais e estaduais.

Hoje, por exemplo, o partido tem um dos seus filiados comandando o Estado de São Paulo, João Dória. Será que os compromissos dele com a agremiação e o Brasil, sejam os  mesmos de Mário Covas e Franco Montoro,  ex-governadores de São Paulo, que ajudaram a fundar o partido?