Centro Integrado de Inteligência Pública Regional Nordeste foi inaugurado em dezembro. Foto: Governo do Estado/Divulgação.

Inaugurado há quase um mês, o Centro Integrado de Inteligência de Segurança PúblicaNordeste, sediado em Fortaleza, deverá ter papel fundamental na política de Segurança Pública do novo governo Camilo Santana (PT) no que diz respeito ao combate às facções criminosas. Em especial, depois que os criminosos promoveram uma noite de terror (quarta-feira) na Capital e na Região Metropolitana após o novo secretário de Administração Penitenciária, Luíz Mauro Albuquerque afirmar não reconhecer facções e que acabará com a divisão de presídios pelos narcotraficantes.

A criação do primeiro Centro Integrado de Inteligência – deverão ser implementados cinco no total – foi uma demanda elaborada durante reunião dos governadores do Nordeste, ocorrida em março de 2018, e Camilo ofereceu o Ceará como sede do equipamento devido à integração de instituições federais e estaduais que já dialogam para encontrar soluções para crise na Segurança Pública e ao posicionamento geográfico estratégico do estado. No dia 13 do mesmo mês, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), anunciou a criação do equipamento em solo cearense.

Dois dias após o anúncio, o Centro Integrado de Inteligência foi lançado em Fortaleza, com presença de várias lideranças políticas cearenses, incluindo Eunício e Camilo Santana, e do então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ficou acertado que o Governo do Ceará será responsável pela estrutura do equipamento, já o Governo Federal arca com os gastos com pessoal e soluções tecnológicas. O objetivo é gerar dezenas de bases de dados, constantemente atualizados, que servirão para a realização de investigações e operações policiais. Hoje, o equipamento está vinculado ao Ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro.

O equipamento foi inaugurado na reta final de 2018, em sete de dezembro, com sede no Palácio da Iracema. Segundo Jungmann, serão R$ 15 milhões destinados para a implementação do Centro, que reúne agentes de inteligência de todos os estados nordestinos.

Capacitação

Ao todo, 70 policiais federais, rodoviários federais, civis, militares, bombeiros militares, servidores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e militares da Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e Exército Brasileiro que compõem o Centro Integrado de Inteligência passaram um pelo Curso de Técnicas e Estratégias de Relato Executivo (Executive Reporting Techniques and Strategies), ministrado entre os dias cinco e sete de dezembro, em Fortaleza, por agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation), agência federal norte-americana.