O clima é de tensão política, em Brasília, em razão da eleição dos integrantes das direções da Câmara e do Senado Federal, imediatamente a posse dos deputados e senadores, nesta sexta-feira. Na Câmara toda a movimentação acontece pela manhã, e no Senado, será na parte da tarde. Um grupo de cearenses ligado ao grupo político do senador Cid Gomes, vai prestigiar a sua posse. O prefeito Roberto Cláudio já viajou agora à noite.

Para alguns observadores, a eleição do presidente da Câmara está menos atraente que o do Senado. Rodrigo Maia parece ser reeleito, mas no Senado a indefinição está grande. Hoje,  oito senadores que se apresentam como candidatos alternativos ao emedebista Renan Calheiros na disputa pela presidência do Senado decidiram atuar em conjunto para forçar que as decisões das reuniões preparatórias sejam tomadas em votos abertos e sem exigência de intervalo mínimo.

As informações de Brasília dão conta de inúmeras reuniões, dentro e fora do Senado. Cid Gomes ainda tenta ampliar o bloco de oposicionistas, mas até o início da noite ainda não havia definição sobre o posicionamento do bloco, podendo ficar para amanhã, o dia da votação, as últimas tentativas de composições.

A estratégia foi acertada em reunião no gabinete da nova senadora Soraya Thronick (PSL-MS). Estavam presentes os senadores José Reguffe (sem partido-DF), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Alvaro Dias (Pode-PR), Simone Tebet (MDB-MS), Esperidião Amin (PP-SC), Major Olímpio (PSL-SP) e Angelo Coronel (PSD-BA).

“A eleição, com essa quantidade de candidatos, vai ter segundo turno”, afirmou Reguffe, após a reunião. Segundo ele, há inclusive a possibilidade de a eleição não se encerrar nesta sexta-feira. “É imprevisível o que vai acontecer.”

De acordo com o senador, a primeira questão de ordem pela votação aberta será feita ainda quando Alcolumbre estiver presidindo a sessão. O senador abrirá os trabalhos, porque é o único remanescente da atual Mesa Diretora do Senado.

Amin nega que a manutenção das candidaturas seja uma tática para derrotar Calheiros. “Eu não acho que é uma estratégia. É um mal decorrente de um mal maior: a fragmentação partidária”, argumentou.

Coronel também avalia que os senadores não se mobilizam contra Calheiros. “É um movimento de renovação do Senado, não é contra uma candidatura. É um movimento de mudança”, afirmou.

No início da noite saiu a decisão da reunião dos senadores do MDB. Por sete votos a cinco,  a bancada do MDB resolveu indicar  o senador Renan Calheiros (MDB-AL), em vez da senadora Simone Tebet (MDB-MS), para disputar a presidência do Senado pelo partido nesta sexta-feira, quando acontecerá a eleição na Casa. Com o resultado, Renan pode ser eleito presidente do Senado pela quinta vez. Ele é considerado um nome hostil ao governo Jair Bolsonaro, apesar de ter feito sinalizações de aproximação nos últimos dias.

 

Com informações da Agência Brasil

Foto: Agência Senado