Policiais federais, hoje, em São Paulo, cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, no apartamento residencial do ministro Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações, requeridos pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sob a alegação de Kassab ter recebido um total de R$ 58 milhões, no período em que foi prefeito de São Paulo. Parte do dinheiro teria sido para ele e R$ 30 milhões para o Diretório Nacional do PDS, partido por ele criado, e do qual é a principal liderança. Os policiais, segundo informações da busca, teriam encontrado, em dinheiro, R$ 300 mil no apartamento de Kassab.

No mesmo processo de Kassab estão correligionários seus do Rio Grande do Norte, o governador Robinson Faria, e  o deputado federal, Fábio Faria. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o cumprimento dos oito mandados de busca e apreensão envolvendo o ministro Kassab, e políticos do Rio Grande do Norte, menciona valores. Raquel Dodge diz que há investigações sobre o repasse ao Diretório Nacional do PSD, na época presidido por Gilberto Kassab. Como contrapartida, a legenda teria apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa nacional de 2014. As medidas cautelares foram determinadas pelo relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes.

Na petição, a procuradora-geral afirma que o pedido dos mandados de busca e apreensão se basearam em informações transmitidas pelos executivos Wesley Batista e Ricardo Saud, do grupo J&F. De acordo com ela, os pagamentos faziam parte de um acordo para que Kassab pudesse favorecer a empresa em “eventual demanda futura de interesse do referido grupo”.

Raquel Dogde acrescenta que foi feito contrato fictício de prestação de serviços com uma empresa do ramo de transportes que tinha relação comercial com a J&F. Segundo ela, os delatores afirmaram que entre 2010 e 2016, o ex-prefeito teria recebido R$ 350 mil mensais, em um total de R$ 30 milhões.

Outro lado

Em nota, Kassab diz que “seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”. Também afirma que confia na Justiça e está à disposição para prestar esclarecimentos.

“O ministro confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa, sabe que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário, reforça que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”, diz o texto.

O ministro confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa, sabe que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário, reforça que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público.

Com informações da Agência Brasil.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil