Os deputados federais, além dos subsídios mensais, têm, também mensalmente, verba específica para gastos reembolsáveis

Cada deputado federal cearense teve direito, mensalmente, neste ano, a R$ 42.451,77, a título de  Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), uma verba destinada a custear os gastos  exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar, diferentemente da Verba de Gabinete, no total de R$ 106.866,59, que os parlamentares, individualmente têm direito para contratação de auxiliares. Pelas regras, cada deputado pode contratar até 25 auxiliares, com salários que podem variam de R$ 980,98 a R$ 15.022,32.

Quem determina o valor a ser pago ao auxiliar é o próprio deputado, de tal modo que ele pode decidir contratar apenas o que lhe for conveniente, dividindo toda a verba entre os escolhidos. Já a CEAP  pode ser utilizada na indenização de despesas com passagens aéreas; telefonia, serviços postais, manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, assinatura de publicações, alimentação do parlamentar e outras despesas, incluindo até a locação ou fretamento de aeronaves.

A bancada cearense gastou, da Cota Parlamentar, em 2018, aproximadamente R$ 8,7 milhões, até a semana passada. Os maiores gastos foram com emissão de passagens áreas, consultorias e divulgação das ações dos mandatos, variando de acordo com o perfil de cada parlamentar. Dezesseis deputados registraram uso de cerca de R$ 450 mil em 2018, apenas Chico Lopes (PcdoB), Antonio Balhmann (PDT), Genecias Noronha (SD)Leônidas Cristino, Vicente Arruda (PR) e Vitor Valim (PROS) ficaram abaixo de R$ 400 mil.

Quem lidera a lista de gastos é a deputada Gorete Pereira (PR), R$ 498 mil. A soma dos gastos de Gorete nos meses de outubro, novembro e dezembro, coincidentemente no pós-eleição, chegam a R$ 227 mil, quase a metade da verba utilizada durante todo o ano, sendo R$ 165 mil  com publicidade.

Na outra ponta está Genecias Noronha, do Solidariedade, que usou menos da metade da cota parlamentar de Gorete, somando R$ 193 mil. A maior parte da verba foi direcionada à publicidade e serviços de consultoria. Surpreende os gastos do deputado nos meses de agosto, setembro e dezembro, quando usou apenas um total inferior R$ 400.

Como gastaram os demais deputados

Adail Carneiro (PROS) manteve-se dentro da margem de gastos, com um total de R$ 426.789,98, sendo a maior parte destinada a consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos e na divulgação de seu mandato. Já André Figueiredo (PDT) aproveitou o mandato para viajar, gastando R$ 116.865,37  com emissão de bilhete aéreo. No total, o pedetista gastou R$ 412.496,81 com seu mandato.

Antônio Balhmann (PDT) custou R$ 218.025,52. Ele passou quase todo o mandato como secretário do Governo do Ceará. Do total,  R$ 78.628,25 foi com passagens aéreas.

O deputado Aníbal Gomes foi outro que gastou mais com viagens. Dos R$ 444.051,09 que utilizou, R$ 150 mil foi com passagem aérea, R$ 118 mil com locação de automóveis e mais R$ 19 mil com locação ou fretamento de aeronaves.

Já Cabo Sabino (Avante) gastou um total de R$ 442.601,62, com destaque para o item Consultorias, Pesquisas e Trabalhos Técnicos, responsável por R$ 142 mil.

Chico Lopes preferiu investir na divulgação do seu mandato, R$ 90 mil dos R$ 345.978,47 que utilizou neste ano.

Danilo Forte (PSDB) seguiu o mesmo caminho e, dos R$ 446.520,81 que usou durante 2018, R$ 149.756 foram para divulgar suas ações.

Domingos Neto (PSD) optou por investir sua cota parlamentar em Consultorias, Pesquisas e Trabalhos Técnicos, para onde destinou R$ 292 mil, dos R$ 443.892,90 que gastou.

José Airton destinou R$ 106.617 para locação de automóvel. O também petista José Guimarães usou R$ 452.830, 59 da cota, gastando com passagens aéreas: R$ 138.724.

Como seu colega de partido, Luizianne Lins (PT) destinou boa parte de sua cota parlamentar para custear viagens aéreas. Dos R$ 449.306,70 utilizados, foram R$ 117.060 em passagens aéreas.

Macedão (PP) é um caso a parte. O deputado, que desistiu da reeleição, pagou R$ 80 mil em divulgação dos atos do mandato dos R$ 400.253,85 gastos no total. Ele pagou R$ 182 mil em viagens aéreas

Moses Rodrigues (MDB) gastou R$ 403.899,33, sendo R$ 143 mil para Consultorias, Pesquisas e Trabalhos Técnicos.

Odorico Monteiro (PSB) usou R$ 475.885,61 da sua cota parlamentar e também investiu bastante para divulgar as ações da atividade parlamentar.

Raimundo Gomes de Matos utilizou R$ 452.186,94 da cota.

Ronaldo Martins (PRB) gastou R$ 443.456 da cota parlamentar, sendo R$ 136.144 em emissão de bilhetes aéreos.

Vitor Valim (PROS) gastou R$ 292.296,94 da sua cota e foi o segundo menor gasto entre os deputados cearenses.