O Governo Federal, que promete reduzir o tamanho da máquina pública, não precisa criar nenhum novo equipamento para ajudar o desenvolvimento do Nordeste. Se ele oferecer condições de vitalidade para os órgãos já existentes, a partir da Sudene, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba,  do Banco do Nordeste e do Dnocs, para ficarmos apenas nesses, a Região deixará de estar sempre na relação de dependente. Mas essas condições precisam ser efetivas. De discursos e promessas fáceis estamos fartos.

Todos esses órgãos já prestaram bons serviços à Região. Foram, alguns deles, destruídos nas últimas décadas, nos governos federais do PSDB e do PT. Quase todos os estados nordestinos modernizaram suas administrações graças aos técnicos saídos dos quadros do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), quando ele realmente formava equipe de excelente nível. Quantos ex-técnicos do BNB não foram secretários de Planejamento, Fazenda ou Indústria e Comércio do Ceará, em décadas passadas?

A Sudene, nos seus primórdios, quando os políticos ainda tinham o mínimo de respeito pela coisa pública, e eram os técnicos que realmente conduziam o órgão, que o diga o Dr. Walfrido Salmito, um dos  seus honrados superintendentes,  tem uma considerável importância no desenvolvimento industrial nordestino, interrompida quando passou a servir de cabide de emprego para políticos derrotados. Estes a desvirtuaram. Mas um Governo Federal sério pode ressuscitá-la.

É muito grande a obra do Dnocs no Nordeste. O desprestígio da classe política desta Região é responsável pela sua morte. O Governo Federal, nas últimas décadas, só o utilizou para beneficiar seus apoiadores, derrotados das disputas em seus respectivos estados. Mesmo praticamente inativo, sua memória, muito rica, pode contribuir, e muito, na solução de nossos problemas hídricos. Sua revitalização seria consideravelmente importante para a Região, como a de todos os demais órgãos criados para a desenvolver este espaço do território nacional.