Deputados estaduais presos, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado presos, ex-governador preso, oficiais da Polícia Militar e outras pessoas do universo político-administrativo do Estado do Rio de Janeiro, também presos, acusados de corrupção. Essa realidade deplorável, lamentavelmente não está motivando a indignação do brasileiro o suficiente para determinar uma intervenção geral naquela unidade federativa. O jeitinho brasileiro o máximo que permitiu, na decantada “Cidade Maravilhosa“, foi a União intervir na área da Segurança, até o momento, de resultado duvidosos, até por conta do apodrecimento do restante da máquina pública do Estado.

É verdade, sim, que em vários outros estados federados, também têm muitos políticos corruptos. Que a prática da malversação dos recursos públicos é uma realmente uma epidemia no nosso País, com as ressalvas devidas. Mas, pelos acontecimentos registrados no Rio de Janeiro, nada se compara ao que acontece neste, onde toda a esfera do Poder Político está contaminada pelos criminosos ativos e pelos omissos, onde se inclui parte do Ministério Público estadual, agora com a prisão do ex-procurador-geral de Justiça dali.

É verdade que os crimes motivadores das últimas prisões de políticos e outras figuras da administração pública estadual no Rio de Janeiro, não foram perpetrados hoje. Eles fazem parte de uma prática antiga, bem mais reduzida hoje, admite-se, mas ainda não estancada, notadamente por ser comum, no momento, depois de muitas prisões de “grandalhões” da política e do mundo empresarial, o toma lá da cá entre legisladores (vereadores, deputados e senadores) e os chefes de executivos (prefeitos, governadores e presidente).

A maioria dos legisladores é sempre governista exatamente pela prática da troca do voto na Casa legislativa por um benefício, que muitas das vezes é um emprego numa das prestadoras de serviço aos governos, à liberação de uma pequena obra para a sua construtora ou a do amigo executar, e outros pleitos nem sempre republicanos, mesmo sem a existência de dinheiro, como acontecia, como demonstrado nas denúncias públicas oriundas do Rio de Janeiro, e também de Minas Gerais, onde o vice-governador, Toninho Andrade, foi preso hoje, por práticas ilícitas quando ocupa o ministério da Agricultura.

A sociedade precisa estar em constante estado de indignação e exercitando o seu direito de cidadania para dar um basta a toda essa agressão ao patrimônio público, na busca do restabelecimento da moralidade.