Ainda vai render muito a discussão sobre o fim do atendimento aos brasileiros por médicos cubanos, incluídos no Programa Mais  Médicos. A voz corrente é que quem mais sentirá a saída dos cubanos são os brasileiros mais carentes, residentes em municípios mais longínquos dos grandes centros urbanos, para onde não querem ir os médicos brasileiros, onde também as prefeituras não podem pagar os salários dos profissionais médicos.

Para mais além   dessa realidade, a falta de atendimento médico para pessoas mais carentes, a questão da volta para Cuba dos médicos que trabalhavam no Brasil está refletindo na política externa brasileira, agora com a manifestação do Governo americano, aplaudindo a manifestação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de acordo para o trabalho dos médicos cubanos no território nacional estava fortalecendo o regime comunista cubano.

Diante da dificuldade, segundo registro no site do jornal O Globo, a Associação Médica Brasileira ( AMB ) propõe que, com o fim da participação de médicos cubanos no programa Mais Médicos , o governo adote ações emergenciais como o aumento do valor de repasse da União aos municípios para contratação de profissionais e o uso das Forças Armadas em áreas indígenas. Outra sugestão é criação de  incentivos a subsídios para jovens médicos com dívidas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), uma alternativa que está sendo analisada pelo Ministério da Saúde .

Dos 3.228 municípios atendidos apenas pelo Programa Mais Médicos , 611 correm risco de ficar sem nenhum profissional na rede pública a partir do Natal.  Segundo a AMB,  existem  458.624 médicos no Brasil, “um número suficiente para atender às demandas da população”. A entidade  classificou a retirada dos intercambistas  como uma “retaliação do governo cubano ao povo brasileiro”.

Nas propostas apresentadas, justifica que é preciso reformular e reforçar o Piso de Atenção Básica (PAB), que é pago pela União aos municípios em repasses do SUS  de atendimentos como consultas médicas, assistência pré-natal, vacinação e atividades de saúde. E também alterar a forma de cálculo do piso para garantir mais recursos para cidades pequenas.

No caso do uso das Forças Armadas em áreas indígenas e de difícil acesso, a AMB sugere que seja aproveitada a experiência dos militares “levando não somente médicos para esses locais, mas toda a infraestrutura necessária para a saúde: transporte de medicamentos, deslocamento de profissionais, hospitais de campanha, helicópteros e barcos para remoção em locais de difícil acesso”. Além do uso do efetivo dos militares, segundo a associação, o efetivo pode ser incrementado “ por concurso e selecionaria também novos Médicos Oficiais Voluntários para atuarem de forma temporária”.

Em relação médicos recém formados,  propõe que sejam suspensas as dívidas do Fies durante o período em que atuarem no programa. “Além disso, haverá o benefício de descontos no montante geral da dívida, de acordo com o tempo de permanência e o município ou região escolhido (quanto menor o município ou de mais difícil provimento, maiores os descontos). Também é preciso garantir as mesmas condições ofertadas aos cubanos hoje: moradia, alimentação e transporte”.

A associação se colocou à disposição para ajudar o governo e garantir que a população não fique desassistida. “Faremos nossa parte”, garantiu.  Também voltou a criticar a falta de políticas públicas no país que atraia os médicos especialmente aos municípios menores e distantes dos grandes centros.