Oficialmente, para a Justiça Eleitoral, na prestação de contas obrigatória, inclusive para efeito de diplomação, os deputados estaduais todos dizem terem gasto muito pouco. Não tinham dinheiro, e as limitações da legislação eram grandes. Nas rodas deles,  a conversa é outra. Gastaram o que não tinham, e ficaram endividados. Nem todos, porém, estão no mesmo grupo. Há, inclusive,  quem tenha emprestado aos colegas para receber, principal e juros, em módicas prestações.

A campanha deste ano, realmente, foi bem mais escassa de recursos que as anteriores. Mas não foi essa pobreza franciscana toda que está registrada nos anais da Justiça Eleitoral. Houve muito gasto não contabilizado, principalmente aqueles que resultaram diretamente na aquisição, do voto, mercado anteriormente denunciado, por alguns deputados, da tribuna da Assembleia Legislativa, mesmo sem nominar as partes envolvidas na compra e venda.

Este foi, sem dúvida, a maior despesa da campanha de muitos dos eleitos. O “vaqueiro” denominação dada ao novo cabo eleitoral, não trabalha sem a devida remuneração, para si e para o agrado ao eleitor. E ele não conhece cheque ou depósito bancário. Tem que ser a moeda, Essa exigência da parte dele é para não ser enganado. E convém ao político por deixar menos rastro de sua transação ilícita.

A influência do poder econômico ainda foi muito forte na disputa eleitoral de 2018. E a influência política também. Alguns candidatos que tinham familiares prefeitos beneficiaram-se dos dois: do econômico e do político. Ainda tem muito eleitor que vende o voto. E candidatos querendo conquistar mandatos comprando a mais importante manifestação do exercício de cidadania, a de escolher o seu representante.

Foto: Agência Assembleia.