O jornal Valor Econômico, em sua edição de ontem, publica uma extensa entrevista com Ciro Gomes, candidato que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial deste ano, onde ele admite que permitiu ao PDT, lançar uma nova candidatura sua à Presidência da República, logo após a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no dia primeiro de janeiro. Ele mesmo pondera que uma candidatura presidencial não precisa apenas do seu anúncio, deixando claro que ainda falta muito tempo para a próxima disputa, mas vai continuar fazendo política como sempre fez em todo o País.

Ciro é cético quanto ao Governo Bolsonaro, principalmente na parte referente à economia, por discordar de posições adotadas pelo futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, em desacordo, segundo ele, com o praticado, atualmente, na política econômica mundial, sobretudo a dos países mais prósperos. No restante da futura administração ele acha que deve ser dado um crédito de confiança, também em respeito ao número de votos recebidos pelo candidato, apesar de, assim mesmo, pontualmente apontar alguns questionamentos, como na questão da Segurança Pública, por entender que o ex-juiz Sérgio Moro nada entende dessa área.

O pedetista cearense tomou  boa parte do espaço para falar do PT, até quando relata o fato de que o seu irmão Cid Gomes, de posse de pesquisa confiável, convidou a ex-presidente Dilma Rousseff para ser candidata ao Senado pelo Estado do Ceará. Cid chegou inclusive a alugar uma casa para garantir o domicílio reclamado pela Justiça Eleitoral para os candidatos. Dilma acertou sua vinda para o Ceará, mas quando eles foram busca-la, ela não apareceu e voltaram frustrados para o Ceará.

Ainda de acordo com o seu relato, no dia seguinte da viagem, ele recebeu uma ligação telefônica do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, dizendo que precisa ter uma conversa urgente sobre o caso Dilma. Ciro relata ter ido a Belo Horizonte e ouvido as lamentações de Pimentel, pois o Lula queria a Dilma candidata ao Senado em Minas, onde, segundo o governador, ela não era bem aceita e prejudicaria toda a chapa petista, encabeçada por Pimentel, postulante à reeleição.

Antes de relatar esse fato sobre uma provável candidatura de Dilma ao Senado pelo Ceará, Ciro não deixou de atacar a relação do petista Fernando Haddad, candidato derrotado no segundo turno da eleição por Bolsonaro, com o senador Eunício Oliveira, deixando a entender que o PT preteriu Dilma no Ceará, por ter compromisso com a reeleição de Eunício, que acabou não acontecendo.

Foto: Agência Brasil.