Senador Cid Gomes, no plenário do Senado, na tarde desta quarta-feira (19), quando participava da interpelação ao ministro Sergio Moro. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

No curso do depoimento do ministro da Justiça, Sergio Moro, no Senado Federal, enquanto o senador Cid Gomes (PDT) propunha a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os vazamentos divulgados pelo site The Intercept sobre a operação Lava Jato, assim como possíveis ilegalidades na relação entre o ex-juiz Sérgio Moro e os integrantes do Ministério Público Federal, o senador Tasso Jereissati (PSDB) defendeu a Lava Jato, no momento de interpelar o ministro.

“Proponho que instalemos uma CPI, e já tenho requerimento pronto para isso, que de forma isenta e imparcial faça o aprofundamento nas duas grandes questões que são objeto dessa celeuma que já se apelidou de Vaza Jato: averiguar, investigar e propor medidas para dar mais segurança e garantia ao sigilo das nossas comunicações, e ao mesmo tempo, investigar se houve conluio entre um integrante da magistratura e o Ministério Público, o que certamente compromete o processo e compromete o funcionamento do Estado Democrático de Direito”, defendeu.

Além disso, Cid Gomes avalia que o Senado precisa propor mudanças na legislação processual penal, de modo a garantir que o juiz que que instrui o processo não seja o mesmo que vai julgar o crime. “Isso é fundamental para que a imparcialidade se imponha sem que a gente vá analisar especificamente o caso do juiz Sergio Moro ou qualquer outro, mas como medida protetiva para o futuro da isenção e da imparcialidade dos processos no Brasil”, argumentou.

Cid Gomes ressaltou que defende a manutenção da Lava Jato, mas voltou a dizer que a Justiça precisa ser imparcial. O Senador criticou ainda a atuação de Moro quando era juiz do caso. “A Lava Jato continua e hoje ninguém sabe o nome do juiz que está na 13ª Vara de Curitiba. Isso é mais do que prova de que a postura era de sensacionalismo, de querer aparecer e se colocar como um salvador da pátria”, criticou.

A intervenção do senador Tasso Jereissati: