Cavalcante reclama da postura adotada pela oposição. Foto: ALECE

O Decreto sobre porte e posse de armas, rejeitado pelos senadores, na última terça-feira (18) (para o Decreto perder a validade é preciso que a Câmara também o rejeite), repercutiu na Assembleia Legislativa do Ceará. Para deputado Delegado Cavalcante, do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), estão fazendo ‘oposição irresponsável ao governo Bolsonaro’.

Segundo Cavalcante, o decreto visava dar condição ao cidadão de bem se defender. “Nós trabalhamos para o cidadão de bem, não para bandido. Se o Senado fez isso, houve campanha lá dentro de quem teve casos isolados com a família, que levaram para dentro da discussão político-partidária. O decreto era para armar a população de forma responsável, não para sair matando o povo. Inclusive tem que passar por testes psicológicos, precisa de uma série de documentos, não pode ter antecedentes criminais”, explicou o parlamentar.

Pronunciamentos contra o decreto

Na última quarta-feira (19), o deputado Osmar Baquit (PDT) fez um pronunciamento no primeiro expediente tratando do assunto e elogiando a rejeição por parte do Senado. “Estudos mostram que é maior a chance de alguém ser morto estando armado do que não estando, pela maior possibilidade de reagir, sem estar devidamente treinado”, disse o pedetista.

Em aparte, Renato Roseno (PSOL) disse que “prevaleceu a sensatez, diante de um presidente insensato”. Roseno explicou que 62% das armas apreendidas no Ceará foram inicialmente compradas legalmente por órgãos de segurança pública ou privada.

Para Delegado Cavalcante, quem alega que mais armas aumentariam a violência não entende de segurança pública. “Quem entende é um cara que passou 39 anos prendendo bandido, como eu. Eu conheço bandido, o bandido sabe que se tiver um carro com alarme e outro sem alarme, ele leva o que não tem alarme. Se ele vai em uma casa, principalmente na zona rural, e sabe que o fazendeiro está desarmado, ele invade, estupra, faz todo tipo de sacanagem”, explicitou.

Para o líder do governo estadual na Casa, Júlio César Filho (Cidadania), o fato de ser um decreto da presidência torna arbitrária uma decisão tão importante e que carece tanto de uma melhor discussão, como a questão das armas. Ele afirmou que espera que o assunto, caso volte a ser discutido, venha em forma de projeto de lei.