Vereador Eron Moreira /Foto: CMFor

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de cobranças abusivas da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece) não vingou na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). O autor da proposta, vereador Eron Moreira (PP), usou a tribuna da Casa, nesta terça-feira (04), para informar que alguns dos 16 parlamentares que haviam assinado o documento pediram a retirada do apoio.

“Queria aqui dizer que estamos numa luta para instalar a CPI da Cagece nessa Casa. Nós recolhemos 16 assinaturas, número suficiente para que matéria pudesse tramitar, mas acabei de ter a notícia de que alguns vereadores estão retirando suas assinaturas. E mesmo que a CPI não prospere, vamos solicitar audiência pública para tratar sobre a temática pois recebemos várias denúncias da população e essa Casa não pode ficar omissa de cobrar”, afirmou Eron.

Eron deixou claro, em todos os seus discursos, que a CPI não era uma atitude contrária às gestões do prefeito Roberto Cláudio (PDT) ou do governador Camilo Santana (PT), mas sim em defesa da cidadania. A fala, no entanto, não foi suficiente para manter o apoio dos colegas. O pepista disse ainda que revelará os nomes dos vereadores que mantiveram o apoio à CPI, mas não tornará público os dos que recuaram para não gerar constrangimento.

Os vereadores Plácido Filho (PSDB), Márcio Martins (PROS) e Sargento Reginauro (Sem Partido) usaram a tribuna para se solidarizar a Eron. Márcio afirmou ter ficado “indignado” com a notícia da retirada das assinaturas e apoiou a realização da audiência. “Faça a audiência pública que eu faço lotar esse auditório”, disse Márcio, acusando os vereadores de terem sido “coagidos” e “ameaçados” para retirarem a assinatura.

Reginauro também lamentou o recuo dos colegas e disse que a Câmara estava “fechando as portas” para um apelo da sociedade. Plácido Filho questionou o motivo para evitar a CPI. “Mandar retirar o nome para que CPI não prospera. Está querendo esconder o quê?”, indagou.

A última CPI que funcionou na Câmara Municipal de Fortaleza foi em 2015, para investigar a antiga Coelce, hoje Enel.