Deputados na Comissão especial da reforma da Previdência. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Os deputados federais integrantes da Comissão Especial criada para examinar o projeto de Reforma da Previdência começam, na terça-feira a examinar o parecer do relator que sugeriu algumas mudanças na proposta original e, inclusive, chegou a desagradar ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas o debate  só pode realmente começar na terça-feira se houver uma sessão ordinária da Câmara nesta segunda-feira (17).

A realização de sessão de debates no Plenário da Câmara dos Deputados na última sexta-feira (14) abriu a contagem do prazo de duas sessões para começar a discussão do relatório da reforma da Previdência. Nas discussões nessa fase da tramitação do projeto, alguns deputados ainda tentarão incluir a questão da Capitalização, um dos mais polêmicos da proposta original.

Ainda, também, nessa fase, segundo o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, poderá ser possível incluir os servidores dos estados e dos municípios, retirados pelo relator sob a alegação de que alguns deputados não concordavam com essa parte defendida pelo Governo Federal. Para o relator, faltou empenho dos governadores para conquistarem os votos necessários das bancadas dos seus estados.

Vista coletivo 

O parecer foi apresentado nesta quinta-feira (13) pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), em seguida foi apresentado um pedido de vista coletivo, o que adia o início da discussão na comissão por duas sessões do Plenário.

Desde novembro de 2017, a Câmara não conseguia atingir o quórum de 51 deputados para abrir uma sessão na sexta-feira. O ato foi classificado como histórico por diferentes parlamentares presentes ao debate.

O líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), agradeceu a diversos líderes partidários por terem conseguido garantir o quórum da sessão. “Vamos iniciar, na semana que vem, mais rapidamente, o processo de discussão da construção de uma nova Previdência para o País.”

Nas sextas-feiras a maioria dos parlamentares vão a suas bases ouvir prefeitos e lideranças comunitárias, segundo o vice-líder do governo deputado Darcísio Perondi (MDB-RS). “Sempre há dificuldade. Essa sessão é marcante. Isso é um trabalho de todos os líderes da base reformista, de todos os partidos”, disse. Para Perondi, a ação tem uma simbologia “de atitude, esperança e decisão” de que a reforma da Previdência vai avançar.

Para o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que presidiu a sessão, o ato demonstra a grande preocupação dos parlamentares na aprovação da reforma.

Sem empregos
A vice-líder do PT deputada Erika Kokay (DF), porém, criticou a reforma da Previdência e o discurso de que ela vai impulsionar a geração de empregos. “Diziam que era preciso aprovar a reforma trabalhista (Lei 13.467/17) para gerar emprego. Não vai se gerar emprego!”, criticou. Kokay afirmou que hoje o Brasil vive a maior taxa de desemprego da sua história.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o desemprego chegou a 12,5% e atinge 13,2 milhões de trabalhadores. “Saudades do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva quando tínhamos pleno emprego”, disse Kokay.

Com informações da Agência Câmara