Sessão desta sexta contou para o pedido de vista; se houver nova sessão na segunda, a discussão na comissão pode começar na terça. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara.

A realização de sessão de debates no Plenário da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (14) abriu a contagem do prazo de duas sessões para começar a discussão do relatório da Reforma da Previdência (PEC 6/19) na comissão especial.

O parecer foi apresentado nesta quinta-feira (13) pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), em seguida foi apresentado um pedido de vista coletivo, o que adia o início da discussão na comissão por duas sessões do Plenário.

Desde novembro de 2017, a Câmara não conseguia atingir o quórum de 51 deputados para abrir uma sessão na sexta-feira. O ato foi classificado como histórico por diferentes parlamentares presentes ao debate.

O líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), agradeceu a diversos líderes partidários por terem conseguido garantir o quórum da sessão. “Vamos iniciar, na semana que vem, mais rapidamente, o processo de discussão da construção de uma nova Previdência para o País.”

Nas sextas-feiras a maioria dos parlamentares vão a suas bases ouvir prefeitos e lideranças comunitárias, segundo o vice-líder do governo deputado Darcísio Perondi (MDB-RS). “Sempre há dificuldade. Essa sessão é marcante. Isso é um trabalho de todos os líderes da base reformista, de todos os partidos”, disse. Para Perondi, a ação tem uma simbologia “de atitude, esperança e decisão” de que a reforma da Previdência vai avançar.

Para o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que presidiu a sessão, o ato demonstra a grande preocupação dos parlamentares na aprovação da reforma.

Sem empregos
A vice-líder do PT deputada Erika Kokay (DF), porém, criticou a reforma da Previdência e o discurso de que ela vai impulsionar a geração de empregos. “Diziam que era preciso aprovar a reforma trabalhista (Lei 13.467/17) para gerar emprego. Não vai se gerar emprego!”, criticou. Kokay afirmou que hoje o Brasil vive a maior taxa de desemprego da sua história.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o desemprego chegou a 12,5% e atinge 13,2 milhões de trabalhadores. “Saudades do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva quando tínhamos pleno emprego”, disse Kokay.

 
Greve geral
Parlamentares do PSL também aproveitaram a sessão desta sexta para criticar a greve geral que acontece em diversas cidades do Brasil hoje. A principal pauta é contra a reforma da Previdência. “Estão querendo paralisar um País que precisa andar. Com essas greves casuísticas nós estaremos cada vez mais sendo paralisados no tempo”, afirmou o deputado General Girão (PSL-RN).

Vitor Hugo afirmou que o fato de haver greve contra a reforma demonstra que há ainda uma parte da população brasileira sem compreender a importância de se mudar as regras de aposentadoria.

Kokay defendeu a greve como meio legítimo para protestar contra a reforma. “Este é um dia histórico, eu concordo, porque estamos vendo a maior greve que este País já efetivou na sua história. Uma greve contra uma reforma que penaliza os pobres”, afirmou. Segundo ela, diversos profissionais paralisaram as suas atividades nesta sexta-feira em defesa do próprio emprego, da aposentadoria e de uma vida digna.

Com informações da Agência Câmara