O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve queda de 0,2% no primeiro trimestre (janeiro, fevereiro e março) de 2019 comparado ao quarto trimestre (outubro, novembro e dezembro) de 2018, na série com ajuste sazonal. Foi o primeiro resultado negativo desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%). Os fatores que levaram à queda, em grande parte, foram pelos recuos da indústria (-0,7%) e da agropecuária (-0,5%). Na comparação com mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 0,5%. Estas informações, que fazem parte do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, foram divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A forte queda na indústria extrativista (-6,3%) teve um peso grande no resultado final. “O incidente de Brumadinho e o consequente estado de alerta de outros sítios de mineração afetaram todo o setor”, explica a Claudia Dionísio, gerente de Contas Trimestrais do IBGE. A agropecuária também variou negativamente no período (-0,5%). Safras importantes no primeiro trimestre provocaram recuos na estimativa de produção anual, como soja (-4,4%) e arroz (-10,6%), enquanto que o milho e a pecuária bovina tiveram resultados positivos.

A indústria de transformação (-0,5%) [responsáveis por transformarem uma matéria-prima e um bem] e da construção (-2,0%) também afetaram os serviços, que variaram 0,2%. Dois grupos de atividades de peso no setor ficaram negativos: comércio (-0,1%) e transportes e armazenagem (-0,6%). “Essas atividades dependem em grande parte da produção industrial e refletem sua performance no trimestre, que foi negativa para todas as categorias econômicas”, comenta Claudia. Já outras atividades de serviços tiveram resultados positivos, como informação e comunicação (0,3%) e atividades financeiras (0,4%).

PIB chega a R$ 1,714 trilhão no primeiro trimestre de 2019

O Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2019 totalizou R$ 1,714 trilhão, sendo R$ 1,462 trilhão referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 251,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Entre as atividades, a Agropecuária mostrou um valor adicionado de R$ 90,3 bilhões, a Indústria R$ 297,0 bilhões e os Serviços R$ 1,075 trilhão.

A Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 1,111 trilhão, a Despesa de Consumo do Governo R$ 329,8 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 265,6 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou em superávit de R$ 2,3 bilhões e a Variação de Estoque foi positiva em R$ 4,5 bilhões.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2019 foi de 15,5% do PIB, acima do observado no mesmo período de 2018 (15,2%). A taxa de poupança foi de 13,9% no primeiro trimestre de 2019 (ante 15,4% no mesmo período de 2018). No primeiro trimestre de 2019, a Renda Nacional Bruta atingiu R$ 1,677 trilhão contra R$ 1,621 trilhão em igual período de 2018. Nessa mesma comparação, a Poupança Bruta atingiu R$ 237,5 bilhões contra R$ 253,5 bilhões.

A Necessidade de Financiamento alcançou R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. O aumento da Necessidade de Financiamento é explicado, principalmente, pelo crescimento de R$ 13,3 bilhões em Renda Líquida de Propriedade enviada ao Resto do Mundo, sendo amenizado pela melhora de R$ 4,3 bilhões no saldo externo de bens e serviços.

Consumo das famílias aumentam

Comparado ao mesmo período [primeiro trimestre] de 2018, o consumo das famílias aumentou 1,3%, principalmente pela melhoria do crédito ao consumidor e dos salários no período. Cresceram também a Formação Bruta de Capital Fixo (0,9%) e as despesas de consumo do governo (0,1%). No setor externo, as exportações cresceram 1,0%, enquanto as importações caíram 2,5%.

Já na comparação com o quarto trimestre de 2018, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) (-1,7%) e as exportações (-1,9%) tiveram recuos no trimestre, enquanto foram registrados resultados positivos no consumo das famílias (0,3%), no consumo do governo (0,4%) e nas importações (0,5%).

 

Com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).