Os cortes previstos pelo Governo Federal na área da Educação, e as contradições no discurso sobre o assunto por parte do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foram tema de diversos discursos por parte dos deputados estaduais nesta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa cearense.

Orador que abriu o primeiro expediente da sessão, o deputado estadual Dr. Carlos Felipe (PCdoB) criticou o Governo Federal pelos cortes no Orçamento da Educação, lembrando das  manifestações em todo o país, em defesa da educação, seja no âmbito superior, quanto no ensino fundamental.

O deputado citou os números do contingenciamento que já vem ocorrendo. Ele afirmou que os recursos escassos terão reflexo não apenas em todas as áreas da educação, mas também na atenção à saúde, pois hospitais universitários recebem recursos vindos das universidades. “É o maior corte de toda a história da educação do Brasil, da era republicana”, acrescentou.

O parlamentar destacou que deputados federais do Ceará, mesmo da base do Governo Federal, têm criticado o governo pelo corte, como o caso de Capitão Wagner. “Atitude louvável de se posicionar firme e fazer uma crítica dura ao governo, que disse que iria suspender o corte, mas voltou atrás”, concluiu.

Repercussão grande na AL

O deputado Marcos Sobreira (PDT), durante seu discurso ainda no primeiro expediente, destacou o posicionamento do governador Camilo Santana, contra os cortes, buscando tratar do assunto diretamente com a bancada federal do Estado.

O parlamentar chamou de chantagem a estratégia da equipe econômica de Bolsonaro, afirmando que o que eles chamam de contingenciamento irá depender da Reforma da Previdência. “Estão tentando implantar de toda forma uma reforma catastrófica para a população brasileira”, concluiu o parlamentar.

Sobreira lembrou do ocorrido na última terça-feira, quando o presidente garantiu aos deputados federais que não haveria mais o corte, fato que fora publicizado por estes após reunião, mas em seguida acabaram sendo desmentidos pelo ministro da Educação. “Precisamos saber se o ministro desobedeceu ao presidente da República, ou se o presidente fingiu fazer uma ligação, mas não o fez”, concluiu

Quem também usou seu tempo de discurso para tratar do assunto foi o líder do governo estadual na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania). Ele cobrou um posicionamento do Governo Federal, lembrando ainda os impactos que podem ter as universidades cearenses com esses cortes, seja na área de educação, seja na pesquisa científica. “Não é uma luta de Lado A ou de Lado B, é uma luta pelo ensino superior do Brasil”, completou. Também reiteraram a fala do parlamentar os deputados Acrisio Sena (PT), Leonardo Pinheiro (PP) Queiroz Filho (PDT)Walter Cavalcante (MDB), Guilherme Landim (PDT) e Dra. Silvana (PR).