Montagem: Blog do Edison Silva.

Como a Justiça deve reagir diante da disseminação massiva de notícias fraudulentas que desnorteiam juízes, influem em decisões e instalam a noção de culpa antes mesmo dos julgamentos? Essa questão será debatida por dois ministros do Supremo Tribunal Federal, dois diretores de redação de grandes veículos de comunicação do país e pelo presidente do Conselho Federal da OAB, no próximo dia 24, a partir das 17h, no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

O seminário “Fake News: Desafios para o Judiciário” é uma promoção do Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e contará com o presidente do STF, Dias Toffoli; com o ministro Ricardo Lewandowski; com o diretor de redação da Folha de S.Paulo, Sérgio Dávila, o diretor nacional de jornalismo do SBT, José Occhiuso Júnior e com o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz. O evento será mediado pelo coordenador do Observatório, Pierpaolo Bottini e terá, na sua abertura, apresentação do diretor da São Francisco, o professor Floriano de Azevedo Marques.

Segundo a organização do evento, pretende-se distinguir os diferentes tipos e propósitos de notícias falsas: desde as que parecem mais inofensivas (“pegadinhas”, em geral em busca de visualizações ou sem objetivo algum a não ser o de enganar incautos) até as mais tóxicas, que buscam desmoralizar pessoas ou instituições.

O fenômeno não é novo. No campo judicial, antecede a internet o truque de influenciar julgamentos em disputas empresariais de grande valor econômico. A manobra apenas foi transposta para o meio digital. Começou com o intuito de repassar vírus ou extorquir dinheiro dos mais ingênuos. Mais recentemente, o uso da mentira como arma passou a ser utilizado para deteriorar a imagem de ministros do STF ou do STJ — aproveitando-se do desconhecimento da população sobre processos e sobre o funcionamento do Judiciário. Mas sempre com o intento de influenciar julgamentos. Esse recurso, quase sempre produzido anonimamente, inscreve-se no capítulo dos discursos de ódio e visam insuflar a opinião pública valendo-se da credulidade dos desinformados.

Com informações do site Conjur