Foto: Agência Assembleia.

Foi importante o encontro desta sexta-feira (05), na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em defesa do fortalecimento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), mesmo com as ausências dos presidentes das Assembleias Legislativas dos estados de Pernambuco e da Bahia, duas importantes unidades da nossa Federação, deveras beneficiadas com os financiamentos daquela instituição creditícia, e dos conhecimentos dos técnicos formados por aquele banco, como secretários estaduais de algumas importantes Pastas.

Talvez, pelas ausências dos dois, e os do Rio Grande do Norte e Alagoas (compareceram apenas os presidentes das Assembleias do Maranhão, Piaui, Paraíba e Sergipe), foi que o deputado presidente do Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, tenha reclamado a união de todos os nordestinos na defesa do BNB, e de outros órgãos federais situados na Região. O fato de o Banco do Nordeste não ter sua sede em Salvador ou em Recife, não os isenta de responsabilidade com a vitalidade de tão importante instrumento de desenvolvimento desta parte do Brasil.

O evento, anfitrionado pelo deputado José Sarto, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, pode até não ter o efeito imaginado por alguns mais otimistas, mas, sem dúvida, motivará uma avaliação mais percuciente da cúpula econômica nacional quanto às finalidades do Banco de ser mais um instrumento de desenvolvimento do Nordeste e, consequentemente, de contribuir para reduzir as desigualdades neste País desigual.

Foto: Blog do Edison Silva

Realmente, a ideia de o BNB ser absorvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como ventilado na formação do atual Governo Federal, está descartada. Mas é real a discussão sobre a retirada dos recursos do FNE, por ele hoje geridos, para ser administrado pelo BNDES, mesmo, como disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao deputado federal Mauro Filho, que protestou de imediato. O BNB ficará capenga sem o FNE, uma conquista dos constituintes nordestinos sob a liderança de cearenses como Mauro Benevides (pai), à época presidente do Congresso Nacional, e de outros, dentre os quais o saudoso Virgílio Távora.

A situação do Banco do Nordeste mesmo ficando como está, méritos devem ser creditados, em parte, à mobilização nascida no Ceará, com a iniciativa do deputado estadual Daniel Oliveira (MDB), admitindo-se a sua continuidade e o engajamento anunciado de boa parte da bancada federal. Não há como deixar cair o entusiasmo dos participantes dessa empreitada. O arrefecimento da mobilização trará a frustração de várias outras, inclusive em relação ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), hoje, infelizmente, sem qualquer chance de recuperação, uma perda lamentável, para a Região e o País, levando-se em consideração o acervo que produziu.