Acrísio Sena. Foto: Assembleia Legislativa.

Três deputados usaram a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (10), para defender o endurecimento no combate ao crime cibernético. O primeiro a manifestar-se hoje sobre o tema foi o deputado estadual Acrísio Sena (PT), que defendeu a criação de uma delegacia especializada neste tipo de crime.

O petista destacou já ter sido vítima de crime cibernético quando teve seu aplicativo de mensagem Whatsapp clonado. “O criminoso passou a pedir transferências bancárias, como se fosse eu. Apenas três horas depois consegui reaver a minha senha, através de um amigo perito, que localizou o IP do computador do cidadão no Rio Grande do Norte”, assinalou. Ele destacou ainda que em 2018, foram registrados 17.584 mil crimes na internet contra mulheres, envolvendo mais de quatro mil sites. Acrísio afirmou ainda que a Lei Maria da Penha já inclui delitos cometidos contra mulheres na internet.

O deputado Danniel Oliveira (MDB), que já havia aparteado Acrísio, também usou a tribuna para pedir a criação de uma delegacia especializada. “Muitas pessoas estão tendo a sua agenda invadida para pedir dinheiro aos amigos mais próximos feito por hacker. Não há uma legislação, uma delegacia no Ceará para cuidar desse tipo de crime. A nossa intenção é tratar isso junto ao governador Camilo Santana (PT) para que possamos destacar uma delegacia para atender as pessoas vítimas desse tipo de crime e punir os criminosos de forma mais rápida”, afirmou.

Fernando Santana. Foto: Assembleia Legislativa.

O deputado Fernando Santana (PT) também abordou o tema em seu discurso, pedindo uma união entre deputados estaduais e bancadas federais para efetivar leis acerca do tema. “Esses crimes só vão começar a diminuir quando as pessoas responsáveis começarem a ser punidas. Já há punições em casos isolados, mas ainda estamos no campo do debate. Precisamos avançar urgentemente”, disse.

Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PR) corroborou com as manifestações dos seus colegas. “Parece que tudo é permitido na internet, e a política, que é a classe que mais sofre com esse tipo de crime, se deixa desmerecer pela falta de coragem de votar uma lei para coibir esse crime”, afirmou. A deputada Augusta Brito (PCdoB) também ressaltou a luta contra os crimes cibernéticos. “não é justo que a imagem das pessoas sejam difamadas da forma que estão fazendo”, salientou.

O deputado Queiroz Filho (PDT) informou que requereu, junto ao Ministério da Justiça, apuração de crimes cibernéticos contra crianças. Ele citou casos de vídeos disponibilizados na rede incitando crianças a praticarem automutilação e suicídio, tema também abordado pela deputada Silvana, em pronunciamento específico.