Imagem: Blog do Edison Silva.

A discussão sobre a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios cearenses voltou a ser debatida na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nesta quarta-feira (17). O assunto foi levado pelo vereador Evaldo Lima (PCdoB), que requereu a transcrição, para os anais da Casa, de um artigo sobre o tema.

Diferentemente da Assembleia Legislativa, onde o projeto do deputado estadual Evandro Leitão (PDT) está tramitando e suscita ampla discussão a cada sessão em que o  tema é abordado, na Câmara, não houve sequer um parlamentar que falasse, hoje, contra a liberação. Os vereadores Jorge Pinheiro (DC) e Sargento Reginauro (Sem Partido) foram os únicos a não apoiarem a liberação, mas também não se posicionaram contrários.

Jorge disse que precisava analisar mais dados sobre a discussão antes de se posicionar, já Reginauro defendeu que era necessário discutir o assunto “com mais profundidade e respeito”. Favoráveis à liberação da venda foram Benigno Júnior (PSD), Guilherme Sampaio (PT), Márcio Martins (PROS) e Idalmir Feitosa (PR), que já havia usado a tribuna para defender a liberação.

Entre os argumentos para a liberação, foi questionado o motivo de apenas dentro dos estádios e durante jogos de futebol a venda ser proibida. Guilherme Sampaio e Márcio Martins citaram várias situações nas quais a venda é permitida, como em grandes eventos noturnos e “festas rave”.

Márcio lembrou ainda que, nos jogos da Copa do Mundo de 2018, a venda foi liberada, o mesmo acontece durante apresentações artísticas nos estádios.  O vereador questionou se a proibição não era, na verdade, um preconceito contra a população mais pobre, já que quando o público muda, a venda passa a ser permitida.

Benigno Júnior e Adail destacaram ainda o fato de a violência, que estaria ligado à soma futebol e bebida alcoólica, ocorrer fora dos estádios, e não dentro. Além de destacarem o fato de que, nos estádios, a venda pode ser controlada e fiscalizada, ao contrário do comércio que ocorre no entorno dos equipamentos. Foi destacado ainda a possibilidade da venda de cervejas artesanais nos estádios, o que fomentaria a produção local da bebida, além da venda restrita à bebidas com teor alcoólico até o máximo de 10%.