O deputado Acrísio Sena (PT) em seu pronunciamento nesta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa, defendeu o projeto e ideais de Paulo Freire, dizendo que o “educador vem sendo muito atacado desde a eleição de Jair Bolsonaro”. O petista disse que os ensinamentos de Freire vêm sendo perseguidos sob o argumento de uma suposta doutrinação marxista, ressaltando que Freire nunca fora marxista, mas um “humanista respeitado no mundo todo”.

“Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado na área de Humanas no mundo, o maior educador da América Latina, patrono da educação brasileira”, ressaltou.  “O MEC tem se preocupado muito mais em fazer oposição ao Freire do que com a educação, a valorização do magistério, a lei do piso, etc. A teoria que está sendo ensinada nos colégios mais caros do Estado e nos de melhores indicadores estaduais, públicos, segue a linha de dois pensadores, Piaget e Paulo Freire. Então se não seguem o MEC e têm tido tão bons resultados, o problema está com o que diz o MEC”, acrescentou. “Nem na Idade Média se tinha essa sina perversa e de perseguição. Aí sim é uma doutrinação o que o MEC está querendo fazer”, concluiu.

Em seu tempo reservado para explicações pessoais, a deputada Dra. Silvana (PR) rebateu a fala de Sena. A parlamentar disse que Paulo Freire era sim marxista e que, ao contrário do que o petista houvera dito, não era patrono da educação brasileira, mas apenas da educação pregada pela esquerda. Ela disse que a pedagogia pregada por Freire não fora adotada por nenhum país com educação de ponta, mas apenas por países de governos com viés ideológico de esquerda, como Cuba e Venezuela. “A educação não deve ter viés político nem de direita e nem de esquerda”, concluiu.