Debate sobre Reforma da Previdência  realizado na Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira, reúne as principais lideranças do PDT cearense, a partir dos irmãos Ciro e Cid Gomes, o presidente da Assembleia, José Sarto, no centro da mesa, além de deputados federais e estaduais. Foto: Assembleia Legislativa.

O senador Cid Gomes (PDT) esteve, nesta sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa para participar de uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). A audiência foi requisitada pelos deputados estaduais Evandro Leitão (PDT) e Romeu Aldigueri (PDT).

Na ocasião, Cid, que comporá a comissão especial criada no Senado para acompanhar a tramitação da proposta, afirmou que o PDT deverá participar diretamente do debate da reforma, “sem ficar de fora atirando pedras”. “A gente do PDT acredita que se ficarmos apenas negando isso, não estaremos exercendo o nosso papel e não teríamos a possibilidade de atenuar os malefícios dessa reforma”, afirmou o senador.

Cid defendeu uma maior transparência dos números da Previdência e a participação da população no debate da reforma e criticou a intenção do governo de reduzir o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante o pagamento de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Na reforma, o benefício passaria a ser de apenas R$ 400.

Também participou da audiência o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que começou sua fala exaltando seu irmão, Cid Gomes, e o deputado federal Mauro Filho (PDT), também presente. “Mauro Filho é o nome que todo mundo procura quando quer estudar sobre o assunto, inclusive o governo. Se não ouve, problema do governo por ser mouco e burro”, disse Ciro, que havia prometido não criticar a gestão Bolsonaro antes de completar 100 dias à frente do Palácio do Planalto.

Foto: Assembleia Legislativa.

Ciro também criticou a proposta de Reforma da Previdência e voltou a defender um modelo misto, com o regime de repartição para o teto de R$ 5 mil de aposentadoria e, para quem quiser receber um benefício superior, a possibilidade do regime de capitalização. O ex-ministro defendeu ainda uma renda mínima de um salário mínimo a ser pago para cidadãos que não tiverem como se manter. O recurso não seria contabilizado no orçamento da Previdência, e sim de Assistência Social.

Segundo Ciro, a proposta elaborada pela gestão Bolsonaro “não resolve o problema da Previdência” e mantém os vícios do sistema financeiro que privilegia bancos e rentistas, em detrimento do trabalhador. Para o pedetista, a solução para a saída da crise econômica passa pela geração de receitas para a manutenção de uma poupança nacional sustentável que possa manter os investimentos públicos na industrialização e desenvolvimento do País.

Um dos problemas citados por Ciro que levaram ao déficit da Previdência é a redução do número de pessoas com a carteira de trabalho assinada no País. Segundo ele, quando deixou a gestão do ex-presidente Lula (PT), em 2006, eram 50 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Hoje, ainda de acordo com Ciro, o número seria apenas de 20 milhões, somados a mais de 30 milhões de trabalhadores informais e outros 14 milhões de desempregados.

Também estiveram na audiência, realizada no auditório Murilo Aguiar, os presidentes da Assembleia, José Sarto (PDT), da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique (PDT), e os deputados federais Mauro Filho, Leônidas Cristino, Robério Monteiro (PDT), Domingos Neto (PSD) e Eduardo Bismarck (PDT).