Heitor espera reverter aumento da tarifa de água e esgoto. Foto: Assembleia Legislativa.

O deputado estadual Heitor Férrer (SD) criticou a perda de poder econômico do povo cearense nos últimos anos, em seu pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, na sexta-feira (08), através dos aumentos anuais sobre os valores cobrados por serviços essenciais, como o da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), cujos reajustes ficam sempre acima da inflação e do reajuste salarial concedido aos trabalhadores.

“Isso é um atestado patente de empobrecimento do povo do Ceará, onde a condição de pagamento das contas não acompanha aquilo que o salário teve de reajuste”, afirmou Heitor. O parlamentar disse ainda que entrará com uma Ação Popular contra o aumento previsto pela Cagece de 15,86% para 2019, diante de uma inflação estimada em cerca de 4%. O reajuste foi caracterizado por Heitor como uma “ganância, um desejo de tomar dinheiro do cidadão através de um serviço essencial, o de levar água e coletar esgoto”.

Segundo o parlamentar, em 2014, a Cagece aplicou o reajuste de 7,30%, enquanto a inflação foi de 6,4%, e o reajuste salarial proposto pelo Governo do Estado aos servidores foi de 6,4%. Em 2015, a inflação estava a 10,7%, acompanhando um aumento de 12,5% na conta de água e nenhum reajuste no salário do servidor. Em 2016, os percentuais foram 6,5% de inflação, 12% de reajuste para a água e 2% de reajuste nos salários. Já em 2017, quando a inflação atingiu o menor percentual no período, ficando em 2,9%, o reajuste da água foi o maior, chegando a 17%, contra o acréscimo de 2% no salário.

“O acúmulo de perdas de 2015 a 2017 foi de 17%. O trabalhador do Estado ficou mais pobre 17%. Aí, você vai para os outros serviços, por exemplo, para o serviço de plano de saúde: todos eles subiram muito além da inflação. A energia, essencial par o bem-estar de todos nós, neste mesmo período, subiu 63%”, alertou Heitor Férrer, criticando além dos aumentos nos serviços, a atuação dos parlamentares em suas respectivas Casas Legislativas.

Para Heitor, os representantes, no caso, os deputados, não estariam defendendo os interesses dos representados, o povo. “É por esse tipo de situação que aumenta o descrédito em relação à classe política, algo que respinga em todos nós”, afirmou Férrer. “Não tem sentido um serviço público como o da Cagece, aumentar todas as vezes muito acima da inflação, chegando a ser o dobro”, disse o deputado no encerramento de seu pronunciamento.

A proposta de reajuste da Cagece usa como base o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM), do Instituto Brasileiro de Economia. Caso o reajuste de previsto de 15,86% seja confirmado, a tarifa média passa de R$ 3,55, para R$ 4,11 por m³. Neste sábado (09), Heitor afirmou que está “aguardando a publicação da resolução do reajuste” para levar o caso à Justiça.

Veja o pronunciamento do deputado.