O deputado Salmito Filho faz um pronunciamento consistente para um plenário esvaziado. Apenas quatro deputados ouviram a sua fala, dentre eles só um do primeiro mandato: Queiroz Filho Foto: Blog do Edison Silva.

O pronunciamento do deputado estadual Salmito Filho (PDT), nesta sexta-feira (08), no plenário da Assembleia Legislativa, relembrou os velhos tempos em que os deputados levavam à discussão no Parlamento estadual, temas realmente importantes, consistentes, motivadores de debates, por ser a Casa composta de representantes bem mais comprometidos com os interesses do Estado e da Nação. Salmito, lamentavelmente, falou para um plenário vazio. Afora ele, no plenário apenas quatro deputados, e deste, apenas um de primeiro mandato, Queiroz Filho (PDT). Os outros presentes eram: Evandro Leitão (PDT), presidindo a sessão, Heitor Férrer (SD) e Silvana Oliveira (SD).

A sessão ordinária desta primeira sexta-feira após a posse dos deputados eleitos em outubro passado, em nada diferiu das da Legislatura passada, esvaziada, mostrando os novos deputados, já na primeira semana de funcionamento do Legislativo, com os hábitos e defeitos dos veteranos, um deles o de registrar a presença para garantir o seu pagamento integral no fim do mês. No momento da fala de Salmito, o painel eletrônico registrava a presença de 33 deputados.

Realmente, o pronunciamento de Salmito, sobre as vicissitudes do Ceará, citando obras de Parsifal Barroso (O Cearense), Celso Furtado (Formação Econômica do Brasil), dois grandes homens públicos e intelectuais brasileiros, assim como a tese de Doutorado do Cientista Político Josênio Parente (A Fé a Razão na Política), reclamava a assistência dos deputados. Ele falou sobre “o que é ser cearense”  um povo “empreendedor, desbravador, pois sempre tivemos que lidar com um território que hoje está 96% incluso no semiárido, e, à época de seu povoamento, não havia água para sustentar a vida”, disse.

Para Salmito, até hoje não há um projeto político nem um programa ou política pública que viabilize uma sustentabilidade econômica, social e ambiental. “O cearense foi forjado pela luta pela água e pela sobrevivência, e tal condição transformou o cearense no judeu brasileiro”. Os cearenses, disse o deputado, ajudaram a construir as economias de grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras. “Tínhamos tudo para ser o Estado mais atrasado do Brasil, mas a realidade é outra”, apontou.

Salmito, segundo afirma, elegeu três conceitos – povo, território e cultura política – para produzir “ideias exequíveis a partir de uma cultura de planejamento de projetos estruturantes a serem desenvolvidos” no curso do seu mandato.

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