Oposição será pequena entre os novos deputados. Foto: Assembleia Legislativa.

A palavra da vez entre os novos deputados estaduais de oposição é “diálogo”. Somando apenas oito cadeiras na Assembleia Legislativa, o grupo contrário ao governador Camilo Santana (PT) que toma posse em primeiro de fevereiro entende não ter forças para bater de frente com a base governista na Casa e pretende, em sua maioria, usar uma abordagem mais cautelosa para conseguir articular suas ações de mandato.

Dos oito, quatro são novatos na Casa: Soldado Noélio (PROS), Vitor Valim (PROS), André Fernandes (PSL) e Nelinho (PSDB). Entre eles, os três primeiros deverão, de fato, ocupar a tribuna com discursos críticos às medidas propostas por Camilo Santana. Nelinho, recém-chegado ao PSDB e com possibilidade de migrar para o PP, partido da base, fala em cautela e diz que chega à Assembleia “para somar”.

Valim e Noélio já afirmaram que criticarão os “erros” do Palácio da Abolição e contribuirão com propostas e soluções para os problemas enfrentados pela população, sem oposição ferrenha. Já André Fernandes, deputado mais votado que ficou conhecido por gravar vídeos criticando a “esquerda” e o governador, diz, em entrevistas, que fará “oposição ao Governo, não ao povo cearense”.

Entre os reeleitos – Renato Roseno (PSOL), Heitor Férrer (SD) e Fernanda Pessoa (PSDB) – a oposição deverá seguir no campo do debate, com apresentação de propostas e emendas, e abertura ao diálogo com a base governista. Já o Delegado Cavalcante (PSL), ex-deputado estadual, já protagonizou duros ataques ao governo Cid Gomes (PDT), durante seu último mandato na Assembleia (2011-2014). Na época, o ex-governador era filiado ao PSB, e o delegado ao PDT, que hoje abriga o clã dos Ferreira Gomes.