Um post deste blog, no dia 18 de novembro passado, dizia que “promessas, conchavos, acusações, compra de votos, e tudo que o noticiário político registra como negativo nas campanhas eleitorais para cargos públicos, como a terminada em outubro passado no Brasil, tem na disputa pela presidência” da Ordem dos Advogados do Brasil, referindo-se à disputa no Ceará. Hoje, cinquenta dias depois da disputa, o jornal O POVO destaca: “Chapa de Roberta Vasques (derrotada) acusada de calote por advogados”.

Aa matéria do jornal diz que os integrantes da chapa de Roberta estão sendo notificados, extrajudicialmente, para pagarem, sob pena de serem cobrados judicialmente, pelos 500 advogados que não receberam os R$ 600,0,  acordados para eles trabalharem, no dia da eleição da OAB, em 28 de novembro de 2018, no Centro de Eventos, cumprindo, “dentre outras atividades, angariar votos dos eleitores indecisos”.

Tratando-se de advogados, uma elite da sociedade brasileira, a denúncia de “calote” parece ser o menos grave de todos os possíveis crimes apontados na matéria. É inconcebível, um advogado ser remunerado para fazer o trabalho de “vaqueiro”, ou cabo eleitoral de baixo nível, para aliciar ou tentar aliciar colega, para votar nesse ou naquele candidato.

Também violenta a consciência, do verdadeiro cidadão, saber que tem advogado querendo chegar ao comando da sua entidade representativa, comprando votos, como fazem alguns despudorados políticos, tão execrados, inclusive pelos ora denunciados.

É imperiosa uma urgente manifestação do atual presidente da OAB-CE, ou mesmo do presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da entidade, sobre os fatos narrados. O silêncio pode ser interpretado como conivência, o que é muito ruim para toda a categoria, cuja expressiva maioria, sem dúvida, não pratica ações deletérias como as denunciadas.