O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) cobrou, nesta terça (11), na tribuna da Assembleia Legislativa, uma investigação minuciosa sobre a operação policial no Município de Milagres, Interior do Ceará, que resultou na morte de 14 pessoas, sendo oito membros de uma quadrilha especializada em assalto a bancos e seis reféns.

“Uma operação que, com reféns, termina com todos os reféns mortos, é que ela deu errado. Tem que entender onde foi que aconteceu o erro. Se deu erro lá na identificação, no juízo, no diagnóstico, ou na execução. Não adianta dizer que quem estava na ponta foi o único culpado, tem que entender de onde veio a ordem para atirar”, afirmou o parlamentar.

Para Roseno, caso a tragédia não seja investigada a fundo, é possível que o “elo mais fraco da corrente”, os policiais que se arriscaram para cumprir a ordem de enfrentamento da quadrilha, sejam punidos. “Eu espero que a gente não repita essa lógica de quem está lá na ponta, o elo mais fraco da corrente, pague pelos erros muitas vezes de quem está no topo da corrente”.

Roseno cobrou ainda uma autocrítica do governador Camilo Santana (PT) pela sua declaração questionando a presença de reféns no local. “Questionar a presença dos reféns é como atribuir à vítima, o refém, a responsabilidade de sua morte”, disse o parlamentar. Em sua primeira declaração sobre a ação, o petista exaltou a ação policial e comentou que era “estranho um refém de madrugada no banco”.

Em aparte, a deputada Drª Silvana (PR) defendeu os policiais envolvidos na tragédia e disse acreditar que eles não sabiam da existência dos reféns. “Com certeza eles não apresentaram que estavam com essas vítimas, isso é um fato. É tanto que a polícia não se comportou como se soubesse que existiam reféns”, disse a parlamentar, que também reforçou o pedido por investigação.