Nesta quarta-feira (07), o presidente eleito Jair Bolsonaro, em  Brasília, foi compelido a apagar o incêndio  gerado pelas declarações do seu principal homem na área da economia do próximo Governo, Paulo Guedes, do dia anterior, quando afirmou que deveria ser dada “uma prensa” nos parlamentares do Congresso Nacional, para aprovarem, ainda neste ano, o projeto de Reforma da Previdência, encaminhado pelo presidente Michel Temer, há alguns meses. Para o futuro ministro é imperiosa a aprovação dessa matéria que, no seu entender, “é boa para todos, os que entram e os que saem” no Sistema Previdenciário.

Para o presidente, a manifestação do seu assessor é uma prova da sua inexperiência política. Não há necessidade de “prensa”, é preciso mesmo é de “convencimento” dos deputados e senadores de que é necessário avançar algum ponto, ainda neste ano, nas mudanças da Previdência, em razão do grande déficit gerado no erário nacional. Ele fala até no aumento da idade para mulheres e mulheres garantirem o benefício da aposentadoria, deixando a entender que, no futuro proporá novas correções.

A sociedade tem sim, o direito e o dever de pressionar os seus representantes, no Legislativo e no Executivo. Todos eles, também, precisam ter compreensão dos problemas nacionais para, da melhor forma possível, contribuírem para as respectivas soluções. A questão do Sistema Previdenciário nacional de há muito figura no centro do debate político nacional. Existem divergências quanto ao tamanho do rombo que ele realmente encerra. O Governo apresenta uns números, timidamente contestados por oposicionistas.

O trabalhador comum, guarda, com razão, preocupações inúmeras, exatamente pela falta do necessário esclarecimento. E aproveitando-se dessa inquietação de quem precisa da aposentadoria, agora ou no futuro, a maioria dos congressistas omite-se de discutir o fato como ele realmente merece ser debatido, adiando o problema para sabe-se lá até quando.

O problema previdenciário nacional é o mesmo que experimento todos os 26 estados e o Distrito Federal.  Aqui mesmo no Ceará, a Assembleia Legislativa já foi acionada pelos últimos governadores a votar alterações que mudavam as concessões de aposentadorias e pensões, além, até mesmo de aumentar a alíquota de contribuição do servidor.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado.