A direção nacional do PT está reunida, em Brasília. Os trabalhos foram abertos com a leitura de uma carta do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, cumprindo condenação judicial, onde ele diz que “fundo do meu coração, agradeço por tudo o que fizeram neste processo eleitoral tão difícil que vivemos, absolutamente fora da normalidade democrática. Quero que levem meu abraço e minha gratidão a cada militante do nosso partido, pela generosidade e coragem diante da mais sórdida campanha que já se fez contra um partido político neste país”.

Também foi lida uma correspondência de Fernando Haddad, o petista derrotado nas eleições presidenciais deste ano, em que se coloca “à disposição do partido e espero estar à altura dos novos desafios que enfrentaremos juntos”. O encontro é reservado, mas registra o site do Estadão que a Direção Nacional do PT deve retirar de sua resolução política críticas à gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve o mandato interrompido após um processo de impeachment em 2016. Os dirigentes e integrantes do partido se reuniram em Brasília nesta sexta-feira, 30, e retomarão o encontro no sábado, 1º, para discutir rumos e estratégias após a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República.

O documento de mais de 70 itens, inicialmente elaborado por uma comissão composta por integrantes de todas as correntes petistas, fazia autocrítica à política econômica de Dilma e seu ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, indicado para ser o novo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na gestão de Bolsonaro. Mas, após divergências internas, o partido deve usar o texto para fazer uma “avaliação do processo eleitoral” de 2018 e focar em estratégias de oposição ao novo presidente.

Foto: Partido dos Trabalhadores/Divulgação.