Cid Gomes (PDT), um dos dois senadores eleitos no último pleito no Ceará (o outro é Eduardo Girão – PROS) está em Brasília, para onde tem ido toda semana, cuidando dos acertos da formação do bloco de oposição ao Governo Bolsonaro, no Senado, sem a participação do PT. Ele está otimista na concretização do projeto, que começou com o PDT e a Rede, e já conta com o PSB e o PCdoB. Eles perseguem agora o PSDB.

Noutro espaço, com o mesmo objetivo, trabalha Ciro Gomes. Ontem, Ciro comemorou aniversário em Fortaleza, recebendo inclusive cumprimentos públicos do governador Camilo Santana. Hoje, em Brasília, ele que foi o terceiro candidato à Presidência da República mais votado no pleito deste ano, participa de uma reunião da direção nacional do PDT, onde a frente de oposição, certamente, será o tema central. Ele, segundo aliados, já conversou com a maioria dos deputados federais pedetistas, conquistando apoio para a empreitada de formar a frente de oposição.

A oposição ao Governo Bolsonaro, porém, no modelo que está sendo organizado, é na verdade um movimento de isolamento do PT do centro do debate político, apesar do seu tamanho na Câmara dos Deputados. O PT, conseguiu, com sua estratégia para disputar a eleição presidencial deste ano, angariar a antipatia da maioria dos líderes das diversas agremiações partidárias nacionais. Ciro, sente-se o mais prejudicado com as investidas dos petistas, nos bastidores da disputa, portanto, com o seu movimento agora, cumpre a palavra dada na eleição de que seria oposição a Bolsonaro e a Haddad.

Isolar o PT desse movimento oposicionista, por certo, para ele, está sendo bem mais motivador do que propriamente combater o Governo Bolsonaro, ainda não iniciado e, consequentemente sem pontos a serem atacados, embora genericamente não lhes falte elementos para criticá-lo.